Engajamento médico é tema de evento promovido pelo GT Organização do Corpo Clínico

Evento realizado na sede da Anahp em São Paulo, hoje (13), discutiu como as instituições hospitalares podem trilhar caminhos e tomar decisões para impulsionar o engajamento da população de médicos. O encontro fez parte da agenda do Grupo de Trabalho Organização do Corpo Clínico, no auditório da Associação.

Para iniciar as apresentações, Henrique Salvador, presidente da Rede Mater Dei de Saúde e Paulo Zimmer, gerente médico do Hospital Israelita Albert Einstein, fizeram a abertura do encontro, elucidando a importância da progressão nos trabalhos para aperfeiçoamento da relação médico/hospital. De acordo com Salvador, as instituições hospitalares necessitam enfrentar as dificuldades resultantes das instabilidades políticas e econômicas que a saúde no Brasil passa, para evoluir a maneira de trabalhar a saúde suplementar.

Em seguida, Fernanda Borin, client  director na Korn Ferry – empresa de consultoria organizacional -, apresentou a metodologia da instituição no setor hospitalar, que inclui a realização de pesquisas de satisfação com o objetivo de alavancar a efetividade e o engajamento de médicos na realização de seus trabalhos. A última pesquisa, que foi realizada em 2018, teve 64 perguntas com respostas afirmativas e o objetivo foi medir como os médicos percebem o ambiente em que exercem suas funções. O estudo contou com a participação de 48 hospitais e 141 profissionais.

Fernanda acredita que esse trabalho de pesquisa é relevante no sentido de estabelecer diálogo e comunicação consistentes, para aferir o que os hospitais podem realizar de ações motivacionais para proporcionar mais engajamento ao corpo clínico.

Ainda no período da manhã, Haggeas Fernandes, médico do Hospital Israelita Albert Einstein, ponderou que o engajamento médico se dá substancialmente pela incrementação da relação médico/instituição hospitalar. Para o especialista, a aproximação das lideranças dos hospitais com seus colaboradores e o sentimento de acolhimento é fundamental para o envolvimento do profissional com o local em que desenvolve suas atividades. “É importante que o médico sinta-se em casa para desenvolver seu trabalho de acordo com os sistemas do hospital”, afirmou. Fernandes ainda complementou: “O suporte à segurança do paciente também é valioso para os profissionais da medicina estarem engajados com os propósitos da empresa em que trabalham.”

O fornecimento de feedbacks sobre o trabalho do médico também é essencial para a manutenção do comprometimento que esse profissional tem em relação à instituição que é contratado, de acordo com Salvador. “É importante alinhar discursos e objetivos, mostrar os resultados, pedir opiniões, incentivar que sugiram melhorias”, disse o presidente.

Para José Jair, diretor médico da unidade Itaim do Hospital São Luiz, a proximidade dos gestores com os médicos que lideram é primordial no engajamento médico. “O médico deve ter o apoio do hospital e de sua diretoria. Nós fazemos reuniões bimestrais com os médicos, apresentamos resultados de protocolos institucionais e pesquisas de satisfação”, contou. Outro ponto levantado por Jair, foi o fato de os profissionais gostarem de ter a sua disposição tecnologia de ponta para o desenvolvimento de suas tarefas.

Na parte da tarde, Ary Ribeiro, vice-presidente do Conselho de Administração da Anahp, explicou como funciona a metodologia do International Consortium for Health Outcomes Measurement (ICHOM), um consórcio internacional que mede desfechos para promover o cuidado de saúde baseada em valor (VBHC), através de uma medição padronizada de conjuntos de informações que constituem alguns standards sets. Ribeiro acredita que a medicina baseada em valor é relevante para criar engajamento do corpo clínico juntamente com o paciente. Cláudia Vaz, médica portuguesa e representante do ICHOM, participou on-line do evento e explicou que a redução custos e a compilação de dados administrativos contribuem para eliminar processos que ocasionem desperdícios.

Para concluir o dia de apresentações, aconteceu um talk show sobre novos modelos assistenciais/de negócios e o envolvimento do médico neste processo. Participaram os médicos André Osmo, do Hospital Sírio-Libanês, Janaina Ghiraldi, do Hospital Santa Paula, Bruno Toldo, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e Renato Vieira, do Hospital BP. Os especialistas expuseram que a medicina baseada em valor deve ser encarada como um caminho sem volta, além de terem destacado a importância dos hospitais em estabelecer modelos mais robustos e coerentes de sistemas de informações que avaliem o corpo clínico, bem como a contenção e redução de custos como pauta tanto em hospitais, quanto em operadoras.

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