Este conteúdo é de autoria de um hospital associado à Anahp

Os desafios e os prazeres de acompanhar um hospital há 50 anos

Ilário Jandir De David recebe homenagem por sua atuação desde a década de 1970 no Hospital São Vicente de Paulo; o superintendente-executivo conta como tem sido essa experiência impactante e transformadora

O superintendente-executivo do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, Ilário Jandir De David, está completando 50 anos de atividade profissional na instituição. Por isso, na última sexta-feira (08/07), ocorreu uma solenidade de homenagem e entrega, pela Câmara de Vereadores, do Título de Cidadão Emérito da cidade ao executivo.

A Anahp, representada pelo diretor de Relações Governamentais Marco Aurélio Ferreira, compareceu à cerimônia para prestigiar o superintendente e entregar uma placa de homenagem por sua dedicação, liderança e empenho para o aprimoramento do setor nos últimos anos.

Diretor de Relações Governamentais da Anahp, Marco Aurélio Ferreira, entrega placa de homenagem ao superintendente-executivo do HSVP, Ilário Jandir De David

 


Os desafios e os prazeres de acompanhar um hospital há 50 anos - Ilário Jandir De David

Construir uma trajetória completa dentro de uma empresa, podendo acompanhar e atuar no seu desenvolvimento, não é algo muito corriqueiro. Quando isto ocorre ao longo de diversas décadas e dentro de um setor tão essencial como o da saúde, é algo admirável. Essa é a história de Ilário Jandir De David, superintendente-executivo do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, que está completando 50 anos de atividade profissional na instituição.

David ingressou no hospital em 1972, atuando no departamento de Recursos Humanos. Em pouco tempo, ele assumiria o cargo de administrador na entidade que, nesta época, possuía apenas 100 leitos e 170 funcionários. Atualmente, o hospital possui quase 700 leitos, 3.768 colaboradores e 870 médicos, além de uma estrutura com aproximadamente 70 mil metros quadrados.

Foi a partir desta ocasião, à frente da administração do HSVP, que executivo construiu uma sólida carreira e contribuiu para que a instituição crescesse e conquistasse importantes feitos, como a de líder do segmento da saúde no interior do RS e uma das maiores empregadoras de Passo Fundo. “Minha intenção maior foi a de construir entendimentos, a de minimizar distâncias e diferenças, a de mediar caminhos possíveis”, conta David.

Em reconhecimento a esta importante atuação junto à comunidade local, o parlamento municipal concederá o Título de Cidadão Emérito ao Ilário Jandir De David, durante uma solenidade realizada nesta sexta-feira, 08 de julho.
Para saber como tem sido acompanhar de perto a evolução do setor ao longo destes anos, conhecer os desafios e aprendizados vividos neste caminho, surpreendido até mesmo por uma pandemia, e conhecer a história deste legado, conversamos com o superintendente. Leia a entrevista completa a seguir.

Nesta vivência de 50 anos na instituição, quais foram os maiores desafios encontrados?
Os desafios começam na compreensão de que o hospital precisa ser cuidado e preservado. Entender seu significado e sua relevância para a cidade e para as pessoas que vivem nela. Também cuidar dos colaboradores, dando condições para que exerçam bem suas atividades e atender aos diferentes profissionais de saúde que se articulam na instituição e nos desafiam ao crescimento, aos novos procedimentos, à ampliação da infraestrutura, à modernização dos processos e à inovação tecnológica.

Da mesma forma, somos desafiados a manter, permanentemente, os cuidados com a sustentabilidade econômica da instituição. Hoje, somos um hospital que em 50 anos passou de 100 leitos para 700, de 170 colaboradores para cerca de 3.700 e de 50 profissionais médicos para 800. A partir da década de 70, nos tornamos campo de ensino para estudantes de nível técnico, de graduação e pós-graduação na área da saúde, em parcerias com diferentes instituições de ensino. Na área da assistência, atendemos uma população superior a dois milhões de pessoas.

Os dois últimos anos foram um período especialmente desafiador por conta da pandemia. Qual aprendizado o senhor considera ter sido mais valioso?
Nesse período tivemos muitos aprendizados, mas vou destacar os principais: centralizar e direcionar sempre as principais decisões; garantir a proteção e segurança dos empregados; desenvolver a melhor logística e gestão de insumos em nossos estoques; a importância da capacitação e do treinamento continuado das equipes; a necessidade de um corpo clínico mobilizado para garantir o atendimento à população; e transparência nas informações para autoridades e para a população.

Como o senhor avalia a transformação do setor da década de 70 para os dias atuais? Em relação ao maior uso de tecnologia nos processos, chegada da telessaúde, assistência à saúde de forma mais integrada, novos modelos de cuidado, etc.
Buscar o que há de melhor e investir em Tecnologia da Informação e comunicação como estratégia para garantir suporte tecnológico e inovação, tanto para seus serviços, quanto para a segurança de seus pacientes, é um caminho sem volta. Aqui, destaco que o HSVP sempre está atento às diferentes realidades, buscando sempre o que há de melhor em soluções na saúde. Recentemente, lançamos o projeto HSVP Digital, que tem por finalidade transformar, até 2024, a instituição em um “Hospital Digital”. É imprescindível se adaptar às mudanças que o momento histórico exige, de modo a responder com assertividade aos desafios cada vez mais complexos da área da saúde.

O que o senhor espera, não apenas em relação ao HSVP, mas ao setor como um todo, para os próximos 50 anos?
Tenho certeza que o futuro reserva ainda grandes conquistas e desafios para um hospital que é centenário. O HSVP foi construído coletivamente e mantém a coragem dos fundadores, a inspiração para uma futura caminhada exitosa. Para a nova geração que aí está, e para outros que ainda virão, meu desejo é que deem continuidade a esta caminhada exitosa na coerência com os novos tempos.

E, por fim, em relação não somente ao aspecto profissional, mas também pessoal, atuar por 50 anos em uma instituição é algo muito admirável. Poderia compartilhar um pouco com a gente sobre como foi conquistar essa posição, construir esse legado? É paixão pela profissão? Como manter a mente produtiva, ainda mais em um setor como o da saúde, que leva os profissionais ao extremo?
O tempo passou depressa, nem consigo entender. Penso que procurei cuidar e valorizar as pessoas. Somos testemunhas de momentos felizes, mas também tristes; de histórias de superação, mas também de muito sofrimento; de dias de alívio e de outros de grande exaustão, como foram os tempos críticos da pandemia de Covid-19. A relação frágil entre a vida e a morte nos impacta e nos transforma.

Em todos meus anos, procurei além do aspecto profissional ser uma ponte: entre as pessoas, entre instituições, entre órgãos públicos e privados, entre projetos, entre gestores. Minha intenção maior foi a de construir entendimentos, a de minimizar distâncias e diferenças, a de mediar caminhos possíveis.

Encontro no trabalho a alegria de, junto a tantos colegas, ter produzido resultados positivos, que fazem a diferença para a cidade e, especialmente, para a vida das pessoas: se não para todas, para o maior número possível delas. Com certeza é paixão pela profissão.

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