Enchentes: o que fazer em caso de contato com a água contaminada?

O começo do ano geralmente significa fortes chuvas e tempestades em boa parte do Brasil. “São as águas de março fechando o verão”, mas que podem trazer, também, boas doses de estragos.

As chuvas aumentam os riscos de alagamentos e deslizamentos de terra, como têm acontecido no litoral norte do estado de São Paulo, além de enfermidades causadas pelo contato com a água contaminada, como pode acontecer em casos como no episódio dos banheiros químicos arrastados pela enchente no carnaval paulistano.

Então, que cuidados devo tomar após o contato com a água contaminada? Veja, abaixo, 5 dicas preventivas:

  1. Nunca consuma alimentos que tenham tido contato com a água da inundação ou lama, incluindo embalados e enlatados.
  2. Procure beber sempre água potável, que não tenha tido contato com a enchente – o ideal é usá-la também no preparo dos alimentos, especialmente das crianças menores de um ano. Para garantir que a água é segura para consumo, ferva-a por ao menos um minuto, ou adicione duas gotas de hipoclorito de sódio com concentração de 2,5% (água sanitária) para cada litro de água.
  3. Se a casa foi atingida pela enchente, o ideal é usar luvas, botas de borracha ou outro tipo de proteção na hora de limpar, como sacos plásticos duplos, para as pernas e os braços.
  4. Para a limpeza do chão, procure utilizar produtos à base de hipoclorito de sódio, como água sanitária. O que não puder ser recuperado deve ser descartado.
  5. A lama que permanecer nos ambientes, utensílios, móveis e outros objetos deve ser removida com escova ou vassoura, sabão e água limpa.

O risco de leptospirose e os sintomas para ficar atento

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, a leptospirose é um dos principais problemas de saúde decorrentes das enchentes. A doença é causada por uma bactéria encontrada na urina do rato, e que pode entrar pela pele humana.

Os principais sintomas da leptospirose são dores pelo corpo – principalmente nas panturrilhas – febre, icterícia (coloração amarelada na pele e nos olhos) e dor de cabeça.

O período de incubação da leptospirose pode chegar a até 30 dias, mas normalmente os sintomas se manifestam entre sete e 14 dias após a exposição ao risco. O diagnóstico é feito por meio de exame de sangue e o tratamento é feito com antibióticos e medidas de suporte clínico. Muitas vezes, é necessária a internação hospitalar.

A qualquer sinal de sintomas, é importante procurar um médico e informar o contato com uma inundação, para que o tratamento adequado comece o mais rapidamente possível.

Cuidados em casos de deslizamento e contato com a lama

De acordo com o Ministério da Saúde, em casos de contato com entulhos e destroços, como num deslizamento de terra, a pessoa pode sofrer lesões (ferimentos, cortes, perfurações) por objetos contaminados pela bactéria que causa o tétano, doença grave causada que pode estar presente em objetos de metal (mesmo que não esteja enferrujado), de madeira e vidro. Entre os principais sintomas, está a rigidez muscular, que se agrava com o passar dos dias. Caso tenha alguma suspeita, o ideal é procurar imediatamente um serviço de saúde.

O órgão ainda alerta para o cuidado com animais peçonhentos, como escorpiões, aranhas e cobras. Em situações como essas, os animais costumam se abrigar em locais secos, como o interior das residências ou em locais de acúmulo de entulhos. A orientação é que, caso você encontre algum desses animais, não aja sozinho e evite tocar o bicho, mesmo que pareça estar morto. Entre em contato com uma autoridade competente, como os bombeiros e a polícia ambiental.

Fonte: Hospital Alemão Oswaldo Cruz e Secretaria de Estado da Saúde do Governo de São Paulo e Ministério da Saúde.

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