Corpo em ação melhora até saúde mental: saiba como começar e permanecer ativo
Praticar atividade física proporciona uma série de benefícios para a saúde, como a aceleração do metabolismo e o fortalecimento cardiovascular, muscular e ósseo. Mas colocar o corpo em ação não melhora apenas a saúde física. Os exercícios também trazem impactos positivos na saúde mental.
Quando o corpo está em movimento, neurotransmissores como dopamina, serotonina e endorfina são liberados em grande quantidade no cérebro, desencadeando sensação de bem-estar, melhora do humor e redução do estresse, afirma Luiza Esteves, endocrinologista e médica do esporte do Hospital São Marcelino Champagnat.
Isso acontece porque as endorfinas atuam como analgésicos naturais, explica a médica. A liberação delas durante a atividade física reduz a percepção de dor e promove a sensação de euforia. Já a serotonina, complementa, regula o humor, sono e apetite, o que contribui para uma sensação geral de calma e felicidade.
Segundo Luiza, todos esses efeitos positivos no cérebro levam a outro benefício associado às atividades físicas: o exercício, especialmente atividades aeróbicas de intensidade moderada, aumentam os níveis de proteínas essenciais à neuroplasticidade. Isso significa novas conexões entre os neurônios, o que é capaz de retardar o declínio cognitivo associado ao envelhecimento.
Como começar a praticar atividades físicas?
Pôr em prática uma rotina de exercícios físicos pode ser mais fácil do que se imagina. E poucos minutos de prática já fazem a diferença. Luiza afirma que atividades de 10 a 15 minutos já começam a promover algum benefício mental.
Para começar, ela indica atividades aeróbicas leves, como caminhar, correr, andar de bicicleta e até dançar.
A endocrinologista afirma que, aos poucos, dá para aumentar a intensidade dos exercícios para forçar um pouco mais a capacidade aeróbica, e associar treinos de força, como musculação, à prática escolhida.
O ideal é combinar três modalidades de exercícios, como aeróbicos, resistência (força) e alongamento. Para a saúde mental, as atividades aeróbicas são as que mais geram impacto.
Importante: nada em exagero faz bem, e entender as limitações do seu corpo é essencial. Para quem ainda não pratica (ou pratica pouco) atividades físicas, o recomendado é marcar uma consulta médica para avaliar as condições físicas e buscar um profissional do esporte que oriente exercícios de forma responsável.
Como permanecer ativo
Encarar o exercício como uma atividade que traz prazer, e não uma obrigação, é a chave. Por isso, é importante testar diferentes modalidades até encontrar a que agrada mais. Se escolher algo que gosta de fazer, será mais difícil desistir.
Luiza sugere colocar a atividade de forma regular na rotina, estabelecendo horários fixos. Para ajudar na motivação, existem aplicativos que monitoram os avanços ou compartilham desafios entre amigos e familiares. Ter uma rede de apoio que se interesse pelo seu progresso é uma forma de se manter motivado.
Também é possível estabelecer pequenas metas para as atividades e ir aumentando aos poucos. Essa estratégia ajuda a construir o hábito para depois progredir. Um exemplo é começar com 15 minutos de caminhada para depois aumentar para 20 ou 30 minutos, ou mudar o trajeto buscando uma maior inclinação no terreno.
Quando se trata de praticar atividades físicas (e, principalmente, de não abandoná-las), é importante respeitar seu ritmo e evitar comparações com os outros. Invista tempo em buscar algo que gosta de fazer, comece aos poucos e, a longo prazo, os resultados virão. O corpo (e a cabeça) agradecem.
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