Café da Manhã: Infecção urinária prejudica resultados clínicos e aumenta custos na internação

Dispositivos externos podem ajudar a enfrentar o desafio especialmente entre as mulheres, população em que o problema é ainda mais sério

Nesta terça-feira (10), a Anahp realizou mais uma edição do seu tradicional Café da Manhã, dessa vez em parceria com a BD, especialista em soluções inovadoras para a área da saúde. O tema do encontro foi “Impacto econômico e qualidade de vida: o desafio das Infecções do Trato Urinário Associadas a Cateteres e o potencial dos dispositivos externos”.

James Francisco Pedro dos Santos, conselheiro federal e primeiro tesoureiro do Cofen, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Enfermeiros Empreendedores (SOBEE) e especialista em Enfermagem em Urgência, Emergência e Terapia Intensiva, destacou a prevalência da infecção do trato urinário (ITU) no Brasil e sua relação com o uso de cateteres. “Nesses casos, a internação se torna mais complexa e pode ser até quatro vezes mais longa”, alertou.

Ele ressaltou que o problema é frequentemente agravado pelo subdimensionamento das equipes de Enfermagem, o que compromete medidas preventivas fundamentais, como a higiene das mãos e a troca de fraldas e curativos. “Isso impacta diretamente o bem-estar do paciente, aumenta os custos do tratamento e retarda a obtenção de resultados, prolongando o uso de antibióticos, por exemplo”, explicou Santos, defendendo a capacitação dos profissionais e uma mudança de cultura institucional para priorizar a prevenção e a qualidade da assistência.

Beatriz Carvalho, enfermeira estomaterapeuta e especialista clínica na BD, aprofundou a discussão sobre os desafios ressaltando as implicações especialmente para o público feminino, que sofre maior incidência de infecções do trato urinário com o uso de cateter. Isto influenciam negativamente não apenas custos e tempo de internação, mas também na morbidade e até mesmo na mortalidade dessas pacientes. “O fator de risco número um é a cateterização prolongada, e o número dois é o sexo feminino; as mulheres têm três vezes mais chances de desenvolver ITU e 61% mais probabilidade de serem cateterizadas”, afirmou.

Para mitigar esse cenário, Carvalho falou sobre ferramentas que podem contribuir, como um cateter externo feminino que não tem necessidade de fixação e drena a urina de forma espontânea para um sistema coletor, mantendo a paciente seca e afastando o líquido das áreas propensas a dermatites. “Esperamos não apenas reduzir as taxas de ITU, mas também observar uma diminuição significativa nas lesões por pressão e inflamações da pele, contribuindo para uma recuperação mais rápida e confortável para as pacientes”, concluiu.

Assista o evento na íntegra:

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