Café da Manhã | Inteligência Artificial na prática: transformando o suporte à decisão clínica

Nesta terça-feira (10), a Anahp realizou mais uma edição do seu tradicional Café da Manhã, desta vez em parceria com a Salux Technology, um ecossistema de soluções integradas que conecta dados, decisões e pessoas para transformar a jornada em saúde. O encontro mostrou como a Inteligência Artificial (IA) está deixando de ser tendência para se tornar parte ativa da assistência à saúde.

Klaiton Simão, CEO da Salux, e Lucas Junqueira, fundador da Livia, apresentaram aplicações concretas da IA no suporte à decisão clínica, com foco em segurança, agilidade, estruturação de dados e integração aos fluxos do cuidado. Ao longo da conversa, os especialistas debateram a adoção ética e estratégica da IA nos hospitais.

Confira, a seguir, os principais pontos:

Primeiro, é necessário passar por uma transformação conceitual para depois colocá-la em prática: sair de um modelo passivo de registro eletrônico para um sistema ativo, que contribui com o raciocínio clínico.

“A diferença entre um prontuário eletrônico comum e uma plataforma inteligente está em oferecer suporte clínico que, de fato, ajude na tomada de decisão – e não apenas registre o que foi feito.”
Klaiton Simão

Na prática: investir em tecnologias que estruturam dados automaticamente e oferecem resumos clínicos inteligentes com base em histórico, exames e protocolos.

A IA pode atuar como uma segunda camada de checagem, apontando inconsistências antes que se transformem em falhas assistenciais.

“Temos algoritmos que identificam incompatibilidades entre medicamentos, alertam para riscos com base no histórico do paciente e ajudam a prevenir eventos adversos.”
Lucas Junqueira

Na prática: integrar alertas de risco ao fluxo de prescrição, com base em aprendizado contínuo e evidências atualizadas.

A IA acelera o acesso à informação crítica, o que impacta diretamente a eficácia da decisão médica.

“A tomada de decisão precisa ser rápida, e a IA entra aí como um acelerador ela estrutura, interpreta e entrega o dado certo, na hora certa.”
Klaiton Simão

Na prática: utilizar ferramentas de NLP (processamento de linguagem natural) para organizar informações dispersas e fornecer insights acionáveis durante o atendimento.

Com a IA, os protocolos clínicos deixam de ser estáticos e passam a evoluir com base na experiência assistencial real.

“O protocolo não é mais um PDF engessado: ele é vivo, aprende com os dados
e se adapta à realidade da instituição.”
Lucas Junqueira

Na prática: revisar continuamente os fluxos assistenciais a partir da análise de desfechos e padrões, adaptando recomendações clínicas conforme o perfil dos pacientes.

Para gerar valor real, a IA precisa estar integrada ao sistema usado pelos profissionais, sem criar barreiras ou tarefas extras.

“Tecnologia que não conversa com o fluxo clínico vira ruído.
Ela precisa ser parte natural da rotina, como um apoio invisível e confiável.”
Klaiton Simão

Na prática: conectar a IA aos PEPs existentes, garantindo usabilidade e compatibilidade com o dia a dia das equipes.

A automação de relatórios reduz a carga administrativa e melhora a continuidade do cuidado.

“Com a Livia, conseguimos gerar resumos da jornada clínica em segundos, extraindo o essencial do prontuário sem perder contexto.”
Lucas Junqueira

Na prática: aplicar IA para transformar registros extensos em sumários claros e úteis para transferências de cuidado, auditorias e rounds multidisciplinares.

A proposta não é substituir o profissional, mas ampliá-lo, oferecendo suporte cognitivo e reduzindo a sobrecarga.

“A IA é o copiloto. Ela não decide sozinha, mas ajuda o médico a enxergar
melhor, com mais dados e mais contexto.”
Klaiton Simão

Na prática: combinar o julgamento humano com as sugestões algorítmicas em decisões compartilhadas e protocolos flexíveis.

A capacidade analítica da IA exige um compromisso proporcional com a ética e a transparência na sua aplicação.

“Estamos falando de decisões que impactam a vida de alguém. IA boa é aquela
que respeita contexto, privacidade e autonomia.”
Lucas Junqueira

Na prática: garantir rastreabilidade nas recomendações da IA, preservar o consentimento do paciente e evitar viés algorítmico nos modelos preditivos.

A adoção da IA precisa estar vinculada à geração de valor assistencial, não apenas à tecnologia pela tecnologia.

A melhor inovação é aquela que melhora desfechos, reduz desperdícios e
fortalece a confiança na instituição.”
Klaiton Simão

Na prática: medir o impacto das soluções de IA em indicadores de segurança, qualidade e experiência, priorizando ganhos concretos.

Os palestrantes defenderam uma abordagem progressiva, com testes controlados, adesão das lideranças clínicas e feedback contínuo.

Não se implementa IA da noite para o dia.
É preciso tempo, escuta e adaptação, mas o ganho de maturidade vem rápido.”
Lucas Junqueira

Na prática: iniciar com projetos-piloto, treinar multiplicadores clínicos e integrar as áreas de tecnologia, qualidade e assistência.

Conclusão

O Café da Manhã Anahp com a Salux mostrou que a Inteligência Artificial já é uma realidade possível, eficiente e transformadora na saúde. Mais do que automatizar tarefas, ela amplia o raciocínio clínico, fortalece a segurança assistencial e contribui para decisões mais ágeis e contextualizadas. Quando bem implementada, a IA não substitui — ela potencializa. E coloca o dado certo, na hora certa, ao lado de quem cuida.


Assista ao evento na íntegra:

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