Tire suas dúvidas sobre a vacina contra Covid-19 para crianças de 3 a 5 anos

A Anvisa liberou a vacinação contra Covid-19 para crianças de 3 a 5 anos (incompletos), com o imunizante CoronaVac, do Instituto Butantan. Para tirar todas as dúvidas sobre essa nova etapa do calendário vacinal, conversamos com a pediatra e epidemiologista Heloisa Ihle Garcia Giamberardino, que coordena o Serviço de Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar e o Centro de Vacinas Pequeno Príncipe.

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Por que só agora a Anvisa liberou a vacinação para essa faixa etária?
Antes de liberar qualquer vacina, para qualquer faixa etária, são necessários alguns estudos – e essa análise estava em andamento. É uma exigência da Anvisa, que proporciona uma análise mais cuidadosa e segura para todos. Além disso, também é preciso garantir a quantidade. Quando há a implementação de uma vacina, há também esse estudo quantitativo, de capacidade de produção.

Todas as crianças dessa faixa etária podem tomar a vacina CoronaVac contra Covid-19?
Crianças de 5 anos completos já estavam recebendo a [vacina] Pfizer. Agora, as de 3 e 4 anos também poderão ser vacinadas, inclusive as que tenham alguma comorbidade, como asma e cardiopatias. A CoronaVac é uma vacina de tecnologia bem conhecida e segura, de vírus inativado.

A vacina pode ter efeitos colaterais?
Toda vacina pode ter efeito colateral, assim como todo medicamento. Em geral, são bem limitados, como dor no local – portanto, situações de fácil condução. Não são eventos que devam inibir a realização ou a decisão de vacinação.

Há situações em que a criança não deve ser vacinada?
Pode ser que haja alguma restrição médica, como doenças relacionadas, mas a princípio é uma vacina para uso amplo, sem restrições. Aliás, pode ser realizada junto com outras vacinas, justamente para incentivar a atualização do calendário vacinal (que anda em baixa).

O que pode acontecer se eu não vacinar o meu filho?
Há muita hesitação por informações equivocadas, errôneas. O que a gente sempre recomenda é que os pais leiam as orientações do Ministério da Saúde e das sociedades científicas. Tudo o que é aprovado para uso passa por grupos de aprovações, com representantes de toda a comunidade científica. Ou seja, não há cunho político. É uma decisão puramente técnica.

Como posso proteger crianças que ainda não podem ser vacinadas?
Quando você vacina mais faixas etárias, o vírus vai se deslocando para as que ainda não estão vacinadas – portanto, indo para as crianças menores. O que é essencial é que todas as pessoas que tenham contato com essas crianças estejam com o esquema vacinal completo, para formar o que chamamos de “estratégia de barreira”. E é importante seguir com cuidados como higienização das mãos e evitar aglomerações.

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