Covid-19: 4 formas de proteger as crianças que ainda não podem se vacinar

A flexibilização da maioria das medidas de proteção contra a Covid-19 deixou as crianças com menos de cinco anos mais vulneráveis à infecção, pois, para elas, ainda não há vacina aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e disponível no Sistema Nacional de Imunização.

Segundo o infectologista pediátrico e vice-diretor técnico do Hospital Pequeno Príncipe (PR), Victor Horácio, o decorrer da pandemia mostrou que é falsa a afirmação de que a Covid-19 não é perigosa para as crianças. “Tivemos muitos casos de pacientes pediátricos, não só com quadro respiratório, mas com uma série de outras doenças, como infecção no sistema nervoso central, casos de diabetes e de síndrome nefrótica desencadeados pela Covid-19″, afirma o especialista.

Horácio destaca que, hoje, entre todas as doenças para as quais existe vacina, a infecção por Covid-19 é a que mais leva à morte de crianças no país. “Isso é um dado que deve convencer muitos pais a vacinarem seus filhos, porque, infelizmente, não estamos tendo a adesão que gostaríamos”, diz.

Enquanto ainda não há uma vacina disponível para crianças abaixo de cinco anos, confira algumas medidas que podem ser adotadas pelas famílias e pelas escolas para mantê-las protegidas.

1 – Toda a família deve estar em dia com a vacinação contra Covid-19

A criança que ainda não foi imunizada está especialmente vulnerável quando as pessoas ao seu redor não se vacinaram contra a Covid-19. Idosos, adultos, adolescente e crianças de cinco anos ou mais já podem se vacinar e devem receber o ciclo completo de imunização, incluindo o reforço, de acordo com a faixa etária.

Ao se vacinar, pais, familiares e profissionais que têm contato frequente com a criança ou o bebê reduzem as chances de exposição dos pequenos ao vírus.

2 – Ter atenção aos sintomas e não sair com a criança em casos de suspeita de Covid

Horácio ressalta que, por ainda não terem recebido a vacina, crianças com menos de cinco anos requerem ainda mais cuidados em casos de suspeita de Covid-19. “A qualquer sintoma, como coriza, dor de garganta, é extremamente importante que os pais não pratiquem a automedicação. Procurem o pediatra, para que ele possa fazer as corretas orientações e investigação, caso necessário”, afirma.

Também é importante não levar a criança com sintomas para a escola nem para nenhuma atividade externa até que fique esclarecido se o caso é de Covid-19 ou não. A medida é fundamental para evitar que o vírus comece a circular entre a comunidade da qual a criança faz parte.]

3 – Não abrir mão do uso da máscara

Ao longo da pandemia, as crianças mostraram que são capazes de entender a importância do uso da máscara. Assim, para aquelas que ainda não se vacinaram, o ideal é manter o uso dessa proteção, adequada à idade delas, especialmente nos ambientes fechados. Existem máscaras específicas para crianças a partir de dois anos, e os adultos devem orientá-las sobre como usar.

4 – Manter os protocolos nas escolas

Para Victor Horácio, as escolas devem manter protocolos de segurança. Evitar muitas crianças juntas em um mesmo ambiente; manter as salas arejadas e o uso da máscara para alunos e professores; estimular a higienização constante das mãos e, se possível, flexibilizar horários de entrada, saída e recreio, para não haver aglomerações. Professores e funcionários devem estar atentos a eventuais sintomas típicos da Covid-19 e avisar imediatamente aos pais.

“São medidas extremamente importantes e que não protegem só contra o coronavírus, mas também contra outras viroses, já que o inverno está chegando e sabemos que é um momento bem crítico para esse tipo de infecção”, comenta.

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