São muitas as perguntas ainda em aberto sobre a nova variante do coronavírus identificada na África do Sul no final de novembro e batizada de ômicron. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas do mundo todo estão monitorando e analisando os casos em busca de respostas. Veja o que, até agora, foi possível identificar sobre os possíveis impactos da ômicron no controle da pandemia.
> É considerada pela OMS como “variante de preocupação”
A nova variante é considerada de preocupação, porque apresenta 50 mutações, sendo mais de 30 delas na proteína spike – que funciona como uma chave para o coronavírus entrar nas células. A maioria das vacinas contra a Covid-19 tem como alvo essa proteína. A classificação da OMS coloca a ômicron no mesmo grupo de outras variantes que tiveram impacto na evolução da pandemia, como a delta, a gama, a beta e a alfa.
> A ômicron é potencialmente mais transmissível
A cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, afirmou que a variante é “muito transmissível”, mas ressaltou que não é necessário pânico, pois o mundo está melhor preparado devido às vacinas desenvolvidas desde o início da pandemia. “Precisamos estar preparados e cautelosos, não entrar em pânico, porque estamos em uma situação diferente de um ano atrás”, afirmou.
Todos os continentes já registraram casos de pessoas contaminadas pela nova cepa, reportada à OMS em 24 de novembro pela África do Sul. O Brasil também já tem casos confirmados – eram cinco até o dia 3 de dezembro.
> Evidências sugerem que a ômicron pode facilitar a reinfecção
Uma reunião de especialistas da África do Sul com um grupo da OMS chegou à conclusão de um potencial aumento de risco de reinfecção pelo coronavírus num cenário com a nova variante. Segundo Mariângela Simão, vice-diretora geral de medicamentos da OMS, mais estudos estão sendo feitos e deve haver avanços sobre esse tópico nas próximas semanas.
> Até agora, os sintomas registrados foram considerados leves
Informações preliminares da OMS sugerem que os casos da variante ômicron estão ligados a sintomas leves da Covid-19 – principalmente em pessoas já vacinadas. Até o dia 3 de dezembro, não havia registro de morte causada pela variante. Dados mais concretos sobre a nova cepa devem sair nos próximos dias, mas a OMS ressalta que todas as variantes podem resultar em casos graves, principalmente nas pessoas de grupos de risco e mais vulneráveis ao coronavírus.
> Vacinação, máscara e distanciamento continuam sendo fundamentais para o controle da pandemia
Ainda não se sabe se a nova variante é resistente às vacinas que temos atualmente contra a Covid-19. Vale ressaltar que, na África do Sul, onde a cepa foi identificada, o índice de vacinação está baixo, com menos de 25% da população imunizada.
A OMS reforça a importância da vacinação para reduzir a ocorrência de casos graves e de mortes por Covid-19, inclusive pela variante delta, considerada a mais transmissível atualmente. “As vacinas protegem contra casos graves e mortes. A indústria farmacêutica já está trabalhando com as mutações [da ômicron] e, se tiver necessidade de fazer ajuste, ele será feito”, explicou a vice-diretora-geral de medicamentos da OMS, Mariângela Simão.
As demais recomendações para conter a transmissão da nova cepa são as mesmas: manter o uso de máscaras, evitar aglomerações e ambientes fechados, além da higiene constante das mãos.