O calor dos dias de dezembro convida as pessoas a ficarem mais tempo ao ar livre e, muitas vezes, a se exporem por mais tempo ao sol. Essa exposição traz benefícios à saúde, como sintetizar a vitamina D, que atua na estrutura óssea, no ciclo do sono, e até no humor. Mas, é preciso cuidado! Em excesso, além de risco do risco de queimaduras, a exposição ao sol pode provocar mudanças na estrutura do DNA das células, desencadeando o câncer de pele.
A campanha Dezembro Laranja, idealizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), busca disseminar informações seguras sobre prevenção e orientar a população a detectar sinais precoces de câncer para que os casos sejam tratados com a maior antecedência possível, o que traz maiores chances de cura.
Assim, para tirar o maior proveito do sol nos dias quentes de verão, é preciso ficar atento aos cuidados com a saúde, pele e hidratação. E a palavra-chave para isso é moderação.
Importância da proteção solar
Eduardo Mastrangelo Falcão, chefe do serviço de Dermatologia do Hospital São Vicente de Paulo (RJ), afirma que o principal cuidado para prevenir o câncer de pele é evitar o sol entre 10h e 15h, período em que a incidência dos raios solares é mais intensa.
Além disso, o especialista recomenda a aplicação de protetor solar com fator de proteção acima de 30 (FPS 30), que deve ser reaplicado a cada duas ou três horas. Uma dica é aplicar o produto pelo menos 30 minutos antes da exposição ao sol, para dar tempo de ser absorvido.
O médico também recomenda o uso de chapéu, bonés e óculos escuros, além de roupas com proteção ultravioleta. E reforça que esses cuidados devem ser tomados não somente no verão, mas especialmente nesta época.
Atenção com crianças e idosos
Crianças e idosos são mais vulneráveis aos efeitos dos raios solares e precisam de atenção redobrada. Bebês de até seis meses, por exemplo, não devem usar protetor solar por causa da química que estes produtos trazem. Segundo Falcão, nesta idade é recomendado usar roupas de proteção UV e evitar a exposição ao sol por tempo prolongado. A partir daí, a recomendação é usar protetor com fator 30, no mínimo.
Há opção de produtos específicos para bebês e crianças, além de outros que não possuem elementos químicos que agridem a pele e que podem ser usados por toda a família, segundo Falcão. Prestar atenção nisto é importante porque algumas substâncias podem atuar no sistema endócrino das crianças ou induzir alergias, e por isso são proibidas e não devem estar presentes nos protetores infantis.
Na falta de um protetor solar adequado para bebês e crianças, o mais recomendado é usar roupas de algodão ou tecido sintético com proteção para prevenir a ação dos raios solares na pele.
Cuidados com a hidratação
Beber água para manter a hidratação adequada é outro fator importante para preservar a saúde, o que inclui o cuidado com a pele. Uma pele ressecada fica mais vulnerável aos raios solares porque perde a barreira cutânea natural de proteção. Além disso, a pele hidratada permite que o protetor solar se espalhe com mais uniformidade.
Lucas da Silveira Martins, clínico e médico hospitalista do Hospital São Vicente de Paulo (RJ), afirma que um adulto saudável deve beber entre 2,5 a 3,5 litros de água por dia. Caso haja exposição prolongada ao sol, essa quantidade aumenta.
Crianças devem beber de 1 a 2 litros de água por dia, dependendo do peso e idade, diz o especialista, e idosos precisam consumir entre 1,5 e 2,5 litros de água. Segundo Martins, essa população merece especial cuidado porque os pequenos não costumam dizer quando sentem sede. Já os idosos ficam com a sensibilidade alterada para a falta de água no organismo devido a fatores fisiológicos do envelhecimento.
Alerta: sinais de desidratação
A desidratação ocorre quando o corpo perde mais líquidos do que ingere e, com o calor, isso pode acontecer mais facilmente devido à transpiração excessiva.
Crianças e bebês têm metabolismo mais acelerado e precisam de muita água para manter o corpo hidratado. Idosos têm maior propensão a ingerir medicamentos que levam à perda de líquidos e, por isso, pedem maior atenção.
Em geral, os primeiros sinais de que há uma leve desidratação são a boca seca e pegajosa, pele seca, urina escura, fadiga, tontura e dores de cabeça. Bebês podem chorar sem lágrimas e manter a fralda seca por mais tempo. Os sinais mais graves são confusão e irritabilidade, pulso e respiração rápida, desmaios ou até mesmo perda de consciência.
Segundo Martins, quadros extremos de desidratação podem resultar em complicações graves, algumas potencialmente fatais. Uma delas é a insuficiência renal aguda, que ocorre quando a falta de líquidos no corpo dificulta a função dos rins de filtrar resíduos do sangue. Outra é o choque hipovolêmico, quando a perda excessiva de líquidos faz com que o coração deixe de bombear o sangue necessário para o corpo.
Como curtir o verão com saúde
Conhecendo os riscos da exposição excessiva ao sol e os cuidados necessários com a hidratação, é possível curtir o verão com responsabilidade.
Segundo os especialistas, o mais importante é evitar o sol nos horários mais quentes do dia, entre 10h e 15h, passar protetor solar todos os dias cerca de 30 minutos antes da exposição, usar chapéu, boné, óculos e roupas com proteção UV.
Além disso, é recomendado tomar muita água para repor os líquidos perdidos com o suor. Comer alimentos ricos em água, como melancia, também ajuda a hidratar o corpo. Seguindo essas recomendações, é possível viver o verão com saúde.
