Conheça as doenças de inverno mais comuns e saiba como se prevenir

Prepare os cobertores e agasalhos! O inverno começou oficialmente no dia 20 de junho, trazendo com ele dias mais frios, secos e propícios ao surgimento de diversas doenças. A gripe não é o único problema de saúde comum da época. Há uma série de outras questões de saúde que merecem atenção – desde infecções respiratórias e alergias até doenças de pele e alterações no humor.

Mas, por que ficamos mais doentes no frio?

“As infecções respiratórias, como gripe, bronquite, sinusite e rinite alérgica, aumentam no inverno principalmente por causa do ar seco e da menor ventilação dos ambientes, que favorecem a propagação de vírus e bactérias”, resume Patrícia Salles, pediatra coordenadora do pronto-socorro infantil do Sabará Hospital Infantil.

Em outras palavras, é comum, com o frio, mantermos as janelas fechadas, usarmos aquecedores e evitarmos sair de casa. Essas medidas, apesar de tornarem a rotina mais confortável, fazem com que os ambientes fiquem pouco ventilados e, portanto, ideais para a circulação de agentes infecciosos. 

Além disso, o ar seco resseca as mucosas das vias aéreas, dificultando a defesa natural do organismo.

Segundo informações da universidade estadunidense Johns Hopkins Medicine, grupos como crianças e idosos são ainda mais suscetíveis às complicações da estação por terem o sistema imunológico mais vulnerável. 

As doenças mais comuns do inverno

Veja abaixo quais são os quadros mais frequentes na estação e como evitá-los:

Gripe e resfriado

Os sintomas podem até ser parecidos, mas são causados por vírus diferentes. Enquanto o causador da gripe é o influenza, mais de 200 agentes podem provocar o resfriado, ainda de acordo com a Johns Hopkins Medicine. 

Nos dois casos, pode-se esperar dor de garganta, tosse e coriza. Porém, no caso da gripe, os sintomas costumam ser mais severos e podem ser acompanhados por febre.

A vacinação é a principal forma de prevenção da gripe, além de higiene das mãos e uso de máscara em locais fechados. Já contra o resfriado não há vacina, mas as demais medidas são fundamentais.

Pneumonia, bronquite e bronquiolite

Essas inflamações pulmonares merecem atenção especial, especialmente em crianças pequenas. 

Salles alerta: “A bronquiolite, por exemplo, é comum em bebês e pode causar chiado no peito e dificuldade para respirar. Evitar aglomerações e manter a criança aquecida e hidratada ajuda bastante.”

Rinite, sinusite e bronquite

Se o momento de tirar casacos e cobertas do armário for dramático para você, podemos falar em alergias respiratórias.

“O ar seco e a falta de ventilação favorecem o acúmulo de alérgenos e agravam quadros alérgicos e respiratórios, tanto em crianças quanto em adultos”, comenta a especialista.

A rinite alérgica causa espirros, congestão nasal, dor de cabeça e mal-estar. Já na sinusite os sintomas são semelhantes aos da rinite, mas inclui dor na face e ao redor dos olhos por conta da inflamação dos seios da face. 

Por fim, na bronquite aguda, o frio pode provocar crises respiratórias, além de tosse persistente, fadiga e febre por conta da infecção no sistema respiratório.

Otite, amigdalite e faringite

Essas inflamações do ouvido e da garganta são comuns após resfriados e mudanças bruscas de temperatura. 

A ⁠otite consiste em uma infecção de uma região chamada de ouvido médio — que inclui o tímpano e conecta a parte externa à interna —, comum em crianças. Ela ocorre quando vírus ou bactérias migram da garganta para o ouvido, principalmente após resfriados. 

“A prevenção inclui evitar a exposição a mudanças bruscas de temperatura e garantir que o sistema imunológico esteja fortalecido”, informa a pediatra.

Já a ⁠amigdalite e a faringite são inflamações das amígdalas e da faringe, respectivamente. Elas são comuns no inverno por serem causadas por infecções virais ou bacterianas, que circulam livremente em ambientes fechados. “Para preveni-las, é importante manter o ambiente arejado, evitar o contato com pessoas doentes e hidratar-se regularmente”, garante a médica.

Doenças de pele comuns no inverno

De acordo com o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o cuidado com a pele também deve ser levado a sério. Afinal, o tempo seco também pode provocar dermatites, coceiras e rachaduras.

Sobre os riscos para a pele, a pediatra do Sabará destaca: “O frio intenso e os banhos quentes são responsáveis por causar ressecamento na pele, o que pode levar a dermatites, coceiras e rachaduras. O uso de hidratantes adequados e evitar banhos excessivamente quentes são medidas essenciais para manter a pele protegida.”

Cuidado com os olhos

A baixa umidade no inverno, juntamente com o aumento de alérgenos no ambiente, pode provocar inflamações nos olhos, a chamada conjuntivite alérgica, que é marcada pela vermelhidão, coceira e lacrimejamento. “Manter o ambiente limpo e evitar a exposição a alérgenos, como poeira e mofo, são formas de prevenir essa condição”, complementa a pediatra. 

Saúde mental também pede atenção

Já ouviu falar que pessoas são mais bem humoradas em dias solares? Existe um motivo: a menor exposição ao sol pode impactar os níveis de serotonina, substância relacionada ao bem-estar e equilíbrio emocional, de acordo com o Hospital Albert Einstein. Em algumas pessoas, isso pode causar depressão sazonal ou alterações de humor.

Ou seja, para pessoas que têm a saúde mental mais vulnerável ou que conseguem sentir esse impacto direto entre clima e humor, a recomendação é manter uma rotina ativa e aproveitar os momentos de tempo bom para um banho de sol matinal de pelo menos 15 minutos diários. 

Essa é, obviamente, uma recomendação auxiliar: o apoio profissional para pacientes com queixas neste campo segue sendo fundamental.

Crianças e idosos: atenção redobrada

Os idosos, por terem imunidade mais frágil, e as crianças, com sistema imunológico ainda em desenvolvimento, precisam de cuidados especiais no inverno. “É fundamental garantir a vacinação contra gripe e pneumonia, manter uma boa hidratação, oferecer alimentação equilibrada e evitar exposição a aglomerações”, ressalta a Patrícia Salles.

Além disso, ela destaca a importância de manter os ambientes limpos e úmidos, sem excesso de poeira. “Roupas e cobertores guardados por muito tempo acumulam ácaros e podem desencadear alergias.”

Top 10 dicas práticas para evitar doenças no inverno

  1. Ventile os ambientes diariamente, mesmo com o frio;
  2. Beba bastante água ao longo do dia;
  3. Lave as mãos com frequência;
  4. Evite contato com pessoas gripadas ou com sintomas respiratórios;
  5. Lave o nariz com soro fisiológico, principalmente o das crianças;
  6. Prefira banhos mornos e rápidos para não ressecar a pele;
  7. Hidrate a pele diariamente, especialmente mãos e rosto;
  8. Evite uso prolongado de aquecedores sem umidificação do ar;
  9. Mantenha a vacinação em dia – não só para crianças e idosos, mas para todos;
  10. Use máscara em locais fechados ou aglomerados, principalmente se estiver com sintomas.

Ao adotar esses cuidados, você protege não só a sua saúde, mas também a das pessoas ao seu redor. E lembre-se: ao menor sinal de sintomas persistentes ou agravamento, procure atendimento médico. O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações.

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