Assim como tudo no mundo, a medicina segue evoluindo dia após dia. Diversas técnicas complementares aos tratamentos convencionais como acupuntura, meditação e mindfulness, têm surgido e conquistado espaço na medicina atual. Hospitais e unidades de saúde têm investido na medicina integrativa, que é uma área médica com foco no bem-estar geral do paciente, cuidando não só do corpo como também da mente. Desde 2006, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) foi regulamentada pelo Ministério da Saúde, autorizando a adoção das terapias complementares pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Na rede da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados), algumas instituições têm se destacado na adoção dessas práticas. Entre eles estão a BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, o Hospital Israelita Albert Einstein, o Hospital Sírio-Libanês e o Hospital Oswaldo Cruz.
“A integração dos tratamentos dá aos pacientes o melhor de dois mundos, a terapia centrada na doença aliada ao cuidado integral do ser humano. Isso permite ao paciente assumir o controle de parte de seu tratamento, além de permitir que técnicas efetivamente comprovadas e de baixo custo, possam garantir melhores resultados na preservação da saúde como um todo”, afirma Dr. Ricardo Caponero, oncologista e coordenador do Centro Avançado de Terapia de Suporte e Medicina Integrativa (CATSM) do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Acupuntura
Entre as técnicas mais utilizadas está a acupuntura. Neste tratamento milenar de origem chinesa, agulhas finíssimas são aplicadas na pele do paciente, em pontos predeterminados. Cada ponto possui uma ou mais funções, que são relacionadas a algum setor do corpo, desde as emoções até os órgãos. A eficácia da prática já foi confirmada por diversos estudos, mas ainda há dúvidas sobre a extensão dos benefícios. Até então, os usos mais comuns são para casos de dores, principalmente na cabeça e nas costas, problemas nas articulações, insônia, depressão, ansiedade, pressão alta e sintomas indesejados da menopausa.
Meditação e Mindfulness
Duas outras técnicas bastante utilizadas atualmente são a meditação e o mindfulness, um dos muitos tipos de meditação que trabalha a atenção plena do indivíduo. Elas ajudam principalmente a aliviar os sintomas da depressão e ansiedade, assim como o controle do estresse. Com isso, é possível fortalecer o organismo como um todo, promovendo o bem-estar a longo prazo.
“Algumas dessas abordagens, como terapia física, massagem, yoga e meditação, já constam nas recomendações do National Comprehensive Cancer Network (Aliança entre 27 dos principais centros de câncer nos Estados Unidos), com categoria “A” de recomendação, para o controle da fadiga associada ao câncer e seus tratamentos”, ressalta Dr. Ricardo Caponero.
O trabalho realizado nas unidades de saúde com a medicina integrativa busca ampliar as possibilidades ofertadas aos pacientes. Por isso, é importante ressaltar que, embora essas práticas tragam diversos benefícios, isoladamente, não curam. O acompanhamento médico regular segue indispensável. “Promovemos a saúde, mas jamais dizemos para o paciente que as práticas integrativas vão curar o câncer”, reitera Fabio Romano, coordenador da iniciativa com Medicina Integrativa no Hospital Israelita Albert Einstein.