Mais transparência para o setor

O desafio da mensuração de dados na saúde

Utilizar mensuração e análise de indicadores não é uma atividade estritamente técnica ou que faz parte apenas do mundo profissional ou corporativo. Independentemente de idade ou setor econômico que está inserido, ao nascer, todo indivíduo é submetido a duas métricas identificadas como prioritárias e, por isso, utilizadas para as primeiras tomadas de decisão na vida de qualquer um: peso e altura. A partir daí, por meio do parâmetro estabelecido para o Índice de Massa Corporal (IMC), várias ações serão traçadas para garantir saúde e bem-estar do bebê. 

Passamos a acompanhar diversas métricas ao longo da vida, logo cedo nos deparamos com indicadores econômicos, como a inflação, e até indicadores de mortalidade de doenças, quando pensamos, por exemplo, nas campanhas de vacinação. 

Indicadores de modo geral seguem parâmetros muito similares aos exemplos acima, é necessário medir para entender em que cenário estamos e, então, tomar decisões que nos levem às nossas metas. Quando pensamos, por exemplo, em aumentar a receita de algum serviço, os gestores buscam identificar qual o potencial de mercado, qual o resultado alcançado por seus concorrentes e quais estratégias devem ser utilizadas para diversificar sua carteira, aumentar a sua demanda e/ou otimizar a oferta de produtos/serviços. 

“Não é possível gerenciar o que não é possível medir”. Essa é uma premissa básica utilizada por muitos autores ao longo de nossa história e é também a principal razão de existir do Sistema de Indicadores Hospitalares da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), que disponibiliza indicadores padronizados para que seus associados possam medir, analisar, comparar e tomar decisões assertivas em seus respectivos hospitais.

Identificar o que precisa ser mensurado e estabelecer um modelo de padronização é a primeira etapa de todo o processo de criação dos indicadores e é fase determinante para o sucesso de um indicador, uma vez que torna possível a comparação de dados realmente estratégicos e mitiga a maior parte dos viesses existentes na mensuração de dados.

Desta forma, os indicadores de gestão em saúde objetivam estimular a melhoria contínua dos processos de cuidado, o uso seguro de tecnologias voltadas para o setor, a disseminação sistemática da cultura de segurança do paciente, a articulação e a integração dos processos de gestão de risco, além, é claro, da garantia das boas práticas de funcionamento do serviço de saúde.

Cada hospital associado à Anahp tem acesso, por meio do sistema exclusivo, a relatórios individuais de dados que abrangem as áreas assistenciais, de gestão de pessoas, econômico-financeiras e de sustentabilidade, permitindo a realização de estudos comparativos com o conjunto das mais de 130 instituições-membro. Existe também a possibilidade de segmentar os indicadores por porte, unidade federativa/região, número de leitos, entre outras categorias, viabilizando, assim, tanto uma análise mais aprimorada das tendências do setor de atendimento hospitalar como uma melhor comparabilidade dos indicadores de cada hospital com as médias do grupo de hospitais que têm características estruturais similares.

Na caminhada rumo a mais transparência e ao estímulo de uma saúde cada vez mais qualificada, a partir de fevereiro de 2023 a Anahp disponibilizará um dashboard interativo no site da Associação para que qualquer usuário que desejar fazer algum cruzamento de dados, tenha isso em suas mãos. A princípio, teremos um bloco de indicadores prioritários, já disponibilizados em nossa principal publicação – Observatório Anahp – e que serão atualizados a cada novo ciclo de imputs na plataforma de indicadores. 

Esperamos que essa seja mais uma ferramenta importante para o dia a dia de quem, assim como eu, trabalha com análise de dados por uma saúde melhor. 

Keila Amaral – Gerente do Núcleo de Estudos e Análise da Anahp (NEA)

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