Filantropia e humanização são os diferenciais da instituição médica. Localizada na Barra, a unidade tem 400 leitos
Com 159 anos de fundação, o Hospital Português se tornou referência no atendimento de saúde de Salvador. No ano passado, com pouco mais de 3,7 mil funcionários, fez 1,6 milhão de atendimentos, tanto por planos quanto pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Localizada na Barra, a unidade tem 400 leitos. Mas possui capilaridade que lhe permite prestar serviços em outras cidades do estado, como Miguel Calmon, Conceição do Coité, Jacobina e Euclides da Cunha.
Levantamento realizado pela Potencial Pesquisa & Informação para a 21ª edição do prêmio Top Of Mind mostra que, no ano passado, esse trabalho conquistou a cabeça do soteropolitano: pela primeira vez o Português venceu na categoria Hospital Particular preferido de Salvador com 22,5%. Em segundo lugar ficou o Aliança (11,6%) e em terceiro o São Rafael (11,5%).
O prêmio Top of Mind, que nessa edição tem parceria com o CORREIO, fará cerimônia no dia 6 de abril para agraciar empresas campeãs em 22 setores. O prêmio é considerado como a maior distinção de marketing do estado.
Para Flávia Costa Pinto, que está à frente da assessoria de marketing e comunicação do hospital, a credibilidade da instituição colaborou com a conquista. “O Top Of Mind representa o resultado final de uma série de investimentos realizados em nossa assistência médico-hospitalar, envolvendo desde a aquisição de novas tecnologias até o aprimoramento de processos e metodologias de trabalho, para a oferta de serviços de excelência”, afirma.
“Naturalmente, tudo isso culmina na divulgação estratégica dos serviços para os públicos de interesse da instituição. Seja para clientes, profissionais, comunidade, fornecedores ou parceiros, a comunicação se faz presente a todo instante. Promover o cuidado em saúde é cuidar de relacionamentos”, complementa.
Presidente do hospital, Orlando Manuel Cunha da Silva explica que a filantropia e o atendimento humanizado são os principais diferenciais da instituição. “Sabemos da carência de recursos no país em diversas áreas e temos plena consciência do desafio que é prestar serviços de saúde em um cenário tão desigual na oferta e demanda por atendimentos”, explicou.
O Hospital Português detém o selo de qualidade de excelência em gestão, concedido pela Organização Nacional de Acreditação – ONA, em 2013. “É uma confirmação clara do trabalho qualificado e integrado dos nossos gestores e profissionais das áreas administrativas e assistenciais”, diz, para, em seguida, concluir: “Mais do que um título, este selo de qualidade representa a efetivação de melhores práticas de assistência, focadas na segurança e padronização do cuidado do paciente, conforme determinam as metodologias do Manual Brasileiro de Acreditação”.
Unidade mantém-se fiel a objetivo, diz presidente
Em conversa com o CORREIO, o presidente do Hospital Português, Orlando Manuel Cunha da Silva, explicou como a instituição de saúde que dirige consegue se viabilizar mesmo em tempos de crise: “A Instituição manteve firmes os propósitos de preservar postos de trabalho, a qualidade assistencial e segurança do paciente, sobretudo zelando pela manutenção de um ambiente hospitalar humanizado e salubre em benefício dos clientes e dos próprios colaboradores”.
Abaixo os principais trechos da entrevista:
Como manter uma unidade de saúde com o país em crise?
O atual momento da economia brasileira tem gerado impactos em diversos segmentos. A área da saúde, em particular, foi atingida pelo agravamento da crise no financiamento público de serviços médicos e hospitalares. De acordo com o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), 164,4 mil benefiários deixaram de ter um plano de saúde.
Esse público migrou para a assistência de saúde pública, sobrecarregando os prestadores de atendimentos pelo SUS, como é o caso dos hospitais filantrópicos e santas casas (que respondem por mais de 50% da assistência pública brasileira). Ao mesmo tempo, os custos com consultas, exames, terapias e internações se mantiveram em crescimento.
Então, como o hospital consegue se manter?
Apesar desse cenário pouco promissor, o hospital conseguiu se manter fiel aos objetivos de crescimento e evolução contínua, investindo no aprimoramento assistencial, incorporando novos sistemas e equipamentos em seu parque tecnológico, aperfeiçoando os processos internos e metodologias de trabalho para a implantação de padrões de qualidade internacionalmente reconhecidos.
Contrariando a tendência do mercado, a instituição realizou uma ampliação de 40% no número de leitos de UTI Neonatal da Maternidade Santamaria num momento em que a comunidade carece desse tipo de assistência.
Além disso, o Hospital Português deu início ao processo de transição do seu sistema de gestão para uma das mais modernas e completas plataformas de saúde do mercado. Como prevíamos, colaboradores de diferentes áreas e funções não têm poupado esforços para que a ferramenta possa cumprir o seu papel.
O que é mais difícil na relação paciente x hospital em um contexto de doença?
Nesse contexto de adoecimento, as pessoas estão emocionalmente mais vulneráveis e a relação entre paciente e hospital pode se tornar mais delicada. Contudo, lidar com saúde é lidar com vidas, com pessoas e todas as emoções que podem insurgir em momentos de fragilidade.
Por isso, dois importantes focos de trabalho do Hospital Português são a humanização do acolhimento e a individualização da assistência. Essas buscas são permanentes. Afinal, não basta ter estrutura de ponta e novas tecnologias incorporadas, além de oferecer ambiente planejado para o conforto e segurança do paciente.
O grande diferencial de uma instituição de referência está no seu capital humano. Dessa maneira, para nós, a excelência no cuidado é consequência da atuação multidisciplinar, do trabalho conjunto, que envolve médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos, entre outros profissionais nos diferentes Serviços de Apoio do nosso Hospital: Enfermagem, Psicologia, Serviço Social, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição, Anestesiologia e Serviço de Controle de Infecção Hospitalar.
Esse suporte é fundamental para a promoção da assistência humanizada e para a mediação dos interesses do paciente dentro do hospital.
Fonte: Jornal Correio – 10.03.2016