Integração das equipes médicas na atenção ao paciente assegura melhores resultados
O tratamento do melanoma e de outros tumores cutâneos experimentou um avanço sem precedentes ao longo desta década, com a chegada dos novos tipos de tratamentos: a imunoterapia e a terapia-alvo. Entretanto, os melhores resultados no controle da doença ainda dependem fundamentalmente da tomada de decisão correta pelos diferentes profissionais envolvidos no cuidado do paciente, em todas as fases do tratamento.
A importância da abordagem multidisciplinar foi um dos temas mais debatidos durante o Simpósio Internacional de Oncologia Cutânea do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, realizado entre 31 de março e 1º de abril, que contou com a participação dos dermato-oncologistas Axel Hauschild (Alemanha) e Caroline Robert (França) e do cirurgião oncológico Robert Andtbacka (Estados Unidos).
“O benefício de um número cada vez maior de pacientes depende fundamentalmente da atuação conjunta de profissionais especializados, com tomadas de decisões corretas em momentos chave do tratamento”, afirma Marina Sahade, integrante do Comitê Organizador do evento.
“A formação de grupos especializados, trabalhando sob protocolos bem desenhados para diagnóstico e tratamento, proporciona um planejamento mais completo da terapia e alcança melhores resultados”, acrescenta Rodrigo Munhoz, também do Comitê.
Na Alemanha, a abordagem multidisciplinar teve início há cinco anos. Hoje, são 48 centros de câncer multidisciplinares. “Semanalmente os dermato-oncologistas, cirurgiões gerais e oncologistas se reúnem para discutir em grupo cada paciente”, explica Axel Hauschild. Nos Estados Unidos, as reuniões incluem radiologistas e conselheiros genéticos. “São conferências para discutir a progressão da doença e traçar a linha de tratamento com menor toxicidade possível”, acrescenta Robert Andtbacka. “O paciente é sempre colocado no centro da discussão”.
Os participantes internacionais ficaram surpresos com a abordagem realizada pelo Hospital Sírio-Libanês. Há um ano, no hospital, toda intervenção é baseada em um trabalho colaborativo e simultâneo entre oncologistas, radioterapeutas, cirurgiões, dermatologistas e patologistas. “Foi maravilhoso ver uma plateia interdisciplinar assistindo ao evento e saber que o Brasil dispõe do mesmo padrão de cuidado da Europa”, elogiou Axel.
Para garantir o bem-estar físico, psicológico e a qualidade de vida do paciente, psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos, dentistas, fisioterapeutas e fonoaudiólogos, entre outros, completam o time do hospital. “Só conseguiremos transformar a realidade do melanoma e outros tumores cutâneos no Brasil trabalhando de forma integrada”, avalia Veridiana Pires de Camargo, do Comitê Organizador do Simpósio.
Fonte: Hospital Sírio-Libanês – 06.04.2016