Hipertensão arterial é um dos fatores de risco à saúde das mulheres
A população feminina deve dar atenção especial à saúde do coração, já que problemas cardiovasculares estão entre as principais causas de morte de mulheres no mundo. Segundo o cirurgião cardiovascular e diretor clínico do Hospital VITA Curitiba e VITA Batel, Luiz Fernando Kubrusly, mortes súbitas (sem sintomas), causadas por doenças do coração, são mais comuns nas pessoas do sexo feminino.
A hipertensão arterial é um dos fatores que devem ser monitorados. Segundo Kubrusly, a pressão arterial não deve passar de 120/80 mmHg, ou 12 x 8. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2014, apontam que a hipertensão arterial atinge um em cada cinco brasileiros – 31,3 milhões de pessoas relataram que foram diagnosticadas com pressão alta. O número de mulheres acometidas pela doença foi superior ao de homens, 24,2% para elas e 18,3% para eles. A proporção de homens e mulheres que sofre de pressão alta é maior conforme aumenta a idade – a partir dos 65 anos, a doença atinge mais da metade da população.
Já levantamento realizado pelo Ministério da Saúde revela que no Brasil uma em cada cinco mulheres corre o risco de sofrer um infarto. Por ano, cerca de 20 mil óbitos são decorrentes de problemas cardiovasculares no País, ficando atrás apenas de casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC).
De acordo com o especialista, as mulheres se queixam mais de dores nas costas, cansaço, náusea, estresse e problemas no estômago. Sinais estes que nem sempre são relacionados a doenças do coração. “Mas é sempre bom investigar. A falta de diagnóstico precoce aumenta a incidência de mortes entre o sexo feminino. Muita gente não procura socorro a tempo”, lamenta.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que problemas cardíacos respondem por um terço (ou 8,5 milhões) dos óbitos entre mulheres de todo o mundo por ano (mais de 23 mil ao dia). “Detectar ataques do coração pode ser uma tarefa difícil, pois nem sempre o grupo apresenta sintomas claros. Por isso, a prevenção é a melhor saída”, alerta Kubrusly.
O tabagismo é outro fator de risco. O consumo de cigarros aumenta o depósito de gordura e de coágulos nos vasos sanguíneos, o que faz com que cresça o risco de problema cardiovascular. Já a ingestão de bebida alcóolica nem sempre é prejudicial ao coração, desde que ingerida com moderação. É o caso do vinho tinto seco – um cálice ingerido uma vez ao dia pode favorecer a relação entre colesterol bom e ruim, como demonstraram algumas pesquisas.
O nível de colesterol pode ser um medidor da saúde do coração, já que 50% dos ataques cardíacos podem ser evitados com o controle do colesterol. O “bom”, HDL, deve estar acima de 50 mg/dl, e o “mau”, LDL, abaixo de 100 mg/dl. Estes valores podem ser diferentes para pacientes que já apresentam a doença ou pela presença de stent (tubo minúsculo usado para devolver um ritmo próximo ao normal ao fluxo sanguíneo da artéria coronariana) ou cirurgia. “Vale o alerta que, caso haja histórico familiar de doenças coronarianas, o índice deve estar ainda mais baixo que estes valores”, complementa o cardiologista.
Verificar a glicemia (açúcar no sangue) também é outro ponto destacado pelo médico. Mulheres diabéticas correm risco de três a sete vezes maior probabilidade de desenvolver uma doença do coração. Uma taxa normal está situada abaixo de 100 mg/dl, em jejum.
Prevenção – Para evitar problemas que afetam o coração, como infarto, hipertensão arterial e derrame, recomenda-se a prática regular de atividades físicas. O médico explica que os exercícios devem ser realizados de 120 a 150 minutos semanais, divididos da forma que mais se adapte às necessidades da vida da pessoa. As atividades podem diminuir em mais de 30% o risco de infarto. Além disso, uma dieta balanceada, rica em frutas, fibras e vegetais e com pouca gordura saturada, também é essencial para uma vida saudável e prevenção de doenças. Essas dicas também valem para o controle do peso, glicemia e colesterol, fatores de risco para as doenças coronarianas. “O acompanhamento médico é essencial, junto com a realização de exames periódicos, no combate das cardiopatias”, conclui.
Fonte: Hospital VITA Curitiba – 05.03.2015