Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço alerta: diagnóstico precoce pode salvar vidas, mas pacientes ainda chegam tardiamente aos consultórios
Nódulos no pescoço, rouquidão persistente, feridas na boca que não cicatrizam e dificuldade para engolir: esses são alguns dos sinais que podem indicar um câncer de cabeça e pescoço, grupo de tumores que afeta regiões como boca, garganta, laringe, faringe, tireoide e nariz. Apesar de ser um dos cânceres mais incidentes no Brasil, com estimativa de mais de 40 mil novos casos por ano, a doença ainda é pouco conhecida pela população e tem seu diagnóstico frequentemente feito em estádios avançados, quando as chances de cura diminuem drasticamente.
Em Pernambuco, hospitais de referência como o Real Hospital Português (RHP) têm observado o impacto desse cenário no cotidiano assistencial. A médica Fátima Matos, cirurgiã de cabeça e pescoço do RHP e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, faz um alerta contundente no Julho Verde, campanha nacional de prevenção da doença.
“O câncer de cabeça e pescoço mata silenciosamente. As pessoas, muitas vezes, não valorizam sintomas simples como uma rouquidão que persiste por mais de 15 dias ou uma ferida na boca que não cicatriza. Quando procuram ajuda, o tumor já pode estar avançado. É preciso falar mais sobre prevenção e diagnóstico precoce”, afirma a especialista.
Além da falta de informação, outro desafio é o preconceito relacionado aos fatores de risco da doença. O principal vilão continua sendo o tabagismo, seguido do consumo excessivo de álcool e da infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano), que tem aumentado os casos entre jovens. “As campanhas precisam quebrar esse estigma. O câncer de cabeça e pescoço não escolhe idade nem classe social. Qualquer pessoa que tenha esses fatores de risco deve ficar atenta e buscar avaliação médica ao menor sinal de alteração”, completa a médica.
No Real Hospital Português, referência em alta complexidade no Norte e Nordeste, o serviço de cirurgia de cabeça e pescoço atua de forma integrada com oncologistas, radioterapeutas, fonoaudiólogos e equipes de reabilitação, oferecendo tratamento personalizado e de ponta. Apesar dos avanços na medicina, a mensagem da especialista é clara: quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de cura com menos impacto funcional e estético para o paciente.
Principais sinais de alerta para câncer de cabeça e pescoço:
- Feridas na boca que não cicatrizam há mais de 15 dias;
- Rouquidão persistente;
- Dor ou dificuldade para engolir;
- Caroços no pescoço;
- Manchas brancas ou avermelhadas na boca;
- Sangramentos nasais frequentes.
Fonte: Real Hospital Português