Este conteúdo é de autoria de um hospital associado à Anahp

Pré-Summit Ambiental do Hospital Moinhos de Vento destaca conexão da saúde com meio ambiente e próximos desafios

Evento reuniu especialistas que debateram sobre o futuro da saúde global e a importância do trabalho em comunidade

Enfatizando a importância da ação ativa no presente para pensarmos em consequências sustentáveis no futuro, o Hospital Moinhos de Vento promoveu o evento Pré-Summit Ambiental com o tema “Mudanças Climáticas e os Desafios da Saúde Global”. A atividade ocorreu nesta quinta-feira, no Auditório Moinhos, e foi planejada em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado no dia 5 de junho.

Na abertura do evento, o superintendente Executivo (CEO) do Hospital Moinhos de Vento, Mohamed Parrini, ressaltou que existem três importantes pontos que precisam ser refletidos: conexão da saúde com o meio ambiente, a calamidade climática enfrentada em 2024 e os desafios do Hospital Moinhos de Vento que se conectam com os desafios globais. “Temos uma jornada de mais de 10 anos no impacto ambiental e percebemos o quanto estamos conectados a essas temáticas. É nossa responsabilidade criarmos projetos que caminhem integrados com a sociedade e é necessário que cada um cuide das suas atitudes individuais que fazem parte do todo nessa grande jornada”, destacou.

O primeiro painel, ministrado pelo chefe do Serviço de Infectologia do Hospital Moinhos de Vento, Alexandre Zavascki, e pela chefe da Vigilância Ambiental em Saúde do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), Aline Campos, abordou as mudanças climáticas e as novas doenças. Ao longo da palestra, a especialista pontuou que a maioria das doenças, não são novas, mas sim velhas patologias que mudaram o padrão de comportamentos a cada evento climático. “Temos experienciado uma sucessão de eventos climáticos com impactos na saúde pública, na saúde animal e na saúde ambiental. Eventos extremos exigem respostas imediatas, coordenadas e intersetoriais. Não podemos controlar o clima, mas podemos construir ambientes de resiliência, pois os desastres climáticos são janelas de transformação”, afirmou.

Como segunda temática apresentada, o superintendente do Consórcio Brasileiro de Acreditação, Heleno Costa Júnior, discursou sobre os impactos na saúde global e os desafios para instituições acreditadas, trazendo como case o novo capítulo Global Health Impact (GHI) dos manuais de qualidade da Joint Commission International (JCI), uma organização independente que estabelece padrões de qualidade e segurança para instituições de saúde em todo o mundo. “A nova seção fornece uma avaliação independente dos esforços das organizações de saúde para melhorar a sua jornada ambiental, promovendo a descarbonização na área da saúde e ajudando as organizações a definirem e a manterem as suas metas. Além disso, o guia visa padronizar as expectativas práticas nas iniciativas de sustentabilidade ambiental nos hospitais acreditados pela JCI”, detalhou.

Dados apontados ao longo da apresentação mostraram que há 80% de probabilidade de que pelo menos um dos próximos cinco anos ultrapasse 2024 como o ano mais quente registrado. Além disso, os especialistas debateram que o aquecimento do ártico deverá continuar a ultrapassar a média global e os padrões de precipitação apresentam grandes variações regionais. “Estamos submetidos ao agravamento desse desequilíbrio ambiental e das adversidades climáticas, e não estamos preparados. O setor da Saúde sofre diferentes formas de consequências – mesmo quando uma instituição de saúde não é diretamente afetada por um evento climático -, uma vez que as implicações  e desdobramentos abrangem e repercutem em diferentes frentes”, completou Júnior.

Na palestra “Enfermagem Planetária”, o gerente de Enfermagem, Sidiclei Carvalho e a coordenadora Assistencial das Unidades Ambulatoriais de Endoscopia, Cardiologia e Diálise, Belisa Marin Alves, sob mediação do coordenador de Meio Ambiente, Rogério Almeida, debateram sobre o protagonismo da profissão na sustentabilidade dos sistemas de saúde. Destacando que 40% da força de trabalho da Instituição é composta por profissionais de enfermagem,  Carvalho abordou que a crise climática é uma ameaça direta à saúde global com aumento de doenças infecciosas e respiratórias, além da desnutrição e das mortes relacionadas aos eventos extremos. “A enfermagem planetária envolve a atuação do enfermeiro como agente ativo na promoção da saúde humana integrada à preservação ambiental, ao uso sustentável de recursos e à justiça social”, explicou.

A fim de apresentar os cases práticos do Hospital Moinhos de Vento em prol das questões ambientais, Belisa compartilhou as ações realizadas para a redução de dados, sustentabilidade e racionalização de recursos. Dentre os projetos apresentados, a enfermeira destacou o trabalho realizado para reduzir o consumo de pilhas alcalinas no Laboratório de Cardiologia – que resultou, ao longo de quatro anos, em uma economia de R$97 mil reais, além do impacto ambiental que descartou 20 mil pilhas a menos por ano. Ações para redução do uso do papel e para preparo inteligente de medicamentos também foram exibidas ao longo da discussão. “Há ainda muitos desafios para o futuro da enfermagem planetária no ambiente hospitalar, como reduzir o uso de insumos descartáveis, melhorar o uso racional de água e energia, promover treinamentos sobre sustentabilidade e incorporar a educação ambiental nas práticas”, complementou.

Para encerrar a programação de bate-papos, o superintendente Administrativo do Hospital Moinhos de Vento, Evandro Moraes, apresentou um panorama sobre o desastre ambiental ocorrido em 2024, apresentando as ações que foram realizadas pela Instituição a partir do gerenciamento de crise, da operação hospitalar e a dos atendimentos, do abastecimento de água e suprimentos, e do apoio e suporte aos colaboradores. “O maior desafio do nosso tempo é garantir que as próximas gerações herdem não apenas tecnologia e ciência, mas um planeta onde ainda seja possível viver com saúde e dignidade”, destacou.

Pensando sempre à frente, o Hospital Moinhos de Vento já planeja ações para futuros eventos extremos. Dentre as iniciativas pensadas para os próximos anos, já realizamos a captação de água subterrânea com a construção de um novo poço artesiano para garantir suporte adicional ao abastecimento em situações emergenciais; a criação de uma usina fotovoltaica para abastecimento de energia elétrica para as áreas administrativas; e estamos buscando construir uma usina de geração de oxigênio próprio para abastecimento de cilindros para situações emergenciais.

Ao final, Evandro convidou todos os participantes, oficialmente, para o 5º Summit Ambiental Internacional. O evento acontecerá no dia 5 de novembro, das 8h às 18h, no Anfiteatro Hilda, no Hospital Moinhos de Vento. Inscrições antecipadas já podem ser realizadas pelo site.

Fonte: Hospital Moinhos de Vento

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