Embora novos casos da doença apareçam anualmente, o Mater Dei registra índice de até 80% na remissão do câncer infantojunvenil
23 de novembro é Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil. Instituído como o mês de combate ao câncer de diversos tipos, novembro ganha cores de alerta para cada iniciativa. Enquanto o popular Novembro Azul conscientiza os homens a fazerem o exame de próstata, o Novembro Dourado, iniciativa da Confederação Nacional de Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer – Coniacc defende a importância do diagnóstico precoce da doença e quer sensibilizar a população para o combate ao câncer infantojuvenil.
A Rede Mater Dei de Saúde recebe, na Unidade Santo Agostinho, cerca de 20 novos casos de câncer desse tipo por ano. O índice de cura é em torno dos 80%. Assim como a maioria dos casos da doença, quanto antes a descoberta, maiores as chances de cura.
De acordo com a oncologista pediatra do Mater Dei, Karine Fonseca, a leucemia é o câncer mais comum na infância e adolescência. O tratamento da doença nessa fase é como nos adultos, com quimioterapia e, em casos selecionados, com radioterapia e transplante de medula óssea. Tudo depende do diagnóstico do câncer. Na maioria das vezes, a quimioterapia é realizada com intenção curativa. A radioterapia é indicada em casos selecionados. A cirurgia é indicada na grande maioria dos tumores sólidos e alguns tumores, de mais baixo grau, podem ser tratados apenas com a cirurgia, sem necessidade de outras medidas terapêuticas, explica Karine.
Com os avanços tecnológicos da medicina, o tratamento do câncer infanto-juvenil ganhou um importante aliado, o aparelho de PET-CT (Tomografia por Emissão de Pósitrons, somada à Tomografia Computadorizada). O equipamento, de baixa irradiação, une imagens de ressonância e tomografia, aliada a imagem metabólica funcional da medicina nuclear. Dentre outras funções, o PET-CT permite o controle mais efetivo da doença e ajuda a identifica o melhor tratamento, à medida que mostra a ação da quimioterapia e radioterapia no organismo, evitando que o paciente se submeta a mais sessões que o necessário, ou determinando a necessidade ou não de cirurgia. “O PET-CT oncológico agregou para os tumores malignos de crianças uma precisão maior no diagnóstico, avaliação da extensão, tratamento e seguimento, após tratamentos. O PET-CT contribui para o tratamento de diversos tumores pediátricos como os linfomas e sarcomas com uma adequada individualização de tratamento e minimização dos efeitos tóxicos no processo”, disse o coordenador do Serviço de Oncologia do Mater Dei, Enaldo Lima.
A médica Karine conta que os principais sintomas da doença são manchas roxas pelo corpo, palidez importante, cefaléia persistente, especialmente, quando associada a outro sinal como vômitos, tonteira, dificuldade para deambular, perda de força de membros, por exemplo, além de crescimento do abdome e surgimento de nódulos no pescoço ou virilha, dentre outros.
Os sintomas são muito semelhantes à maioria das doenças comuns da infância. Por isso, é preciso frisar a importância do diagnóstico precoce e a atenção de pais, cuidadores, pediatras e médicos da família quando estes sintomas não melhoram com o tratamento habitual ou persistem por mais tempo que o esperado. O diagnóstico precoce aumenta, consideravelmente, as chances de cura, finaliza a oncologista.
Fonte: Hospital Mater Dei – 24.11.2014