Este conteúdo é de autoria de um hospital associado à Anahp

Touca de resfriamento, disponível no A.C.Camargo Cancer Center, reduz queda de cabelo em pacientes que recebem quimioterapia

Um dos efeitos colaterais mais comuns e temidos pelos pacientes que recebem a indicação de quimioterapia é a perda parcial ou total de cabelo. A maioria das drogas utilizadas, ao passar pela corrente sanguínea danifica as células capilares, provocando a queda. Isso acontece porque a quimioterapia tem como alvo todas as células de divisão rápida no organismo, sendo que essa divisão celular acontece de forma muito rápida nos fios. Os cabelos costumam cair em duas semanas após o início do tratamento com quimioterapia.

Uma tecnologia recente, introduzida no A.C.Camargo Cancer Center, está se mostrando eficaz em reduzir essa queda de cabelo. A técnica consiste em uma touca acoplada a uma serpentina que sai de uma caixa de resfriamento. O líquido de refrigeração circula na serpentina a uma temperatura de 4 ºC para que o couro cabeludo se mantenha em torno de 11ºC. Essa baixa temperatura é capaz de diminuir o diâmetro dos vasos sanguíneos, dificultando assim que a droga utilizada na quimioterapia penetre e danifique a raiz do cabelo.

Em âmbito geral, a touca é indicada para todos os pacientes que recebem quimioterápicos que têm a queda de cabelo como um efeito colateral associado. No entanto, os benefícios são mais evidentes para os pacientes que são tratados com duas classes específicas de drogas, os taxanos e as antraciclinas.

A touca é indicada também para homens, mas a procura é maior por parte das mulheres, sendo que os casos de câncer de mama representam 75% da procura das pacientes por essa tecnologia. A eficácia do controle da queda varia entre uma paciente e outra. “Em média, 50% dos fios são preservados”, observa Solange Sanches, oncologista clínica do A.C.Camargo.

De acordo com a especialista, alguns pacientes podem sentir dor no início e desconforto com a sensação de frio intenso no couro cabeludo, mas a maioria se adapta. “Depende de qual é o padrão de tolerância pessoal que o paciente tenha ao frio. É importante que estejam agasalhados e com cobertores. Em alguns casos, podem apresentar sintomas como dor de cabeça e sensação de dor no seio da face”, acrescenta a oncologista clínica.

AUTOESTIMA E PRIVACIDADE – Além de focar no sucesso do tratamento, a paciente deseja desfrutar de uma boa qualidade de vida. Dentre os fatores que tornam esse desejo uma realidade, a autoestima positiva é um dos protagonistas. Se sentir mais bonita e até mais forte para seguir com os cuidados necessários são pontos que contribuem para a melhor evolução de todo o tratamento oncológico. “Embora muitas mulheres se adaptem a lenços, perucas, chapéus, ou mesmo a sair careca, outras sentem que estar careca é sinônimo de ficar estigmatizada. Para essas pacientes, ficar com os cabelos é algo muito mais importante do que a estética. Permite fazer a quimioterapia com discrição, sem precisar se expor a respeito da doença”, comenta Solange Sanches.

COMO FUNCIONA

– A touca é colocada 30 minutos antes da sessão de quimioterapia. O paciente permanece com ela durante toda a sessão e ainda por mais 90 minutos. Depois disso, fica ainda 10 minutos.

– Deve ser usada em todas as sessões de quimioterapia.

– A touca é bem leve e protegida por uma capa de neoprene. O paciente pode ler, se ocupar de atividades e até ir ao banheiro sem afetar o seu tratamento.

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