Este conteúdo é de autoria de um hospital associado à Anahp

A.C.Camargo Cancer Center e Aché Laboratórios firmam colaboração  para desenvolvimento de novos medicamentos contra o câncer

Acordo entre A.C.Camargo e Aché Laboratórios Farmacêuticos enfoca a identificação de “quinases”, enzimas responsáveis pela divisão celular possivelmente relacionadas à origem do câncer, e sua validação como alvos terapêuticos em diferentes tumores. A colaboração prevê também o desenvolvimento de inibidores destes alvos e avanços dos tratamentos para a doença

As quinases têm um importante papel no organismo no que tange à divisão e proliferação celular. Esse é enfoque da colaboração recentemente firmada entre o A.C.Camargo Cancer Center e o Aché Laboratórios Farmacêuticos. O projeto conta ainda com a participação do Consórcio de Genômica Estrutural da UNICAMP (SGC-UNICAMP).A proposta é estudar o papel dessa classe de enzimas no contexto tumoral e, com o conhecimento adquirido, desenvolver novos medicamentos para tratar pacientes com câncer.

“A colaboração entre A.C.Camargo e Aché aproxima instituições com capacidades sinérgicas para o desenvolvimento de novos medicamentos, e reforça o posicionamento do Brasil internacionalmente na translação da pesquisa básica em soluções terapêuticas inovadoras para a prática da oncologia”, ressalta Stephani Saverio, diretor de Inovação e Novos Negócios do Aché Laboratórios.

O A.C.Camargo possui experiência na prática clínica e em pesquisas sobre os mecanismos envolvidos no surgimento e progressão dos tumores. “Já o Aché irá aportar na colaboração sua expertise no design e síntese de novas moléculas na fase de descoberta, assim como nas etapas de desenvolvimento de um candidato a fármaco”, afirma Cristiano Guimarães, diretor de Inovação Radical do Aché.

Estudos apontam que menos de 10% das quinases em nosso genoma foram amplamente estudadas e utilizadas como alvos para diferentes terapias, principalmente em oncologia. No entanto, estas enzimas são reconhecidamente uma importante classe de alvos terapêuticos. Portanto, esta colaboração é extremamente promissora na descoberta de novos alvos terapêuticos e no desenvolvimento de terapias inovadoras para cânceres ainda sem tratamento.

Atualmente mais de 25 inibidores de quinases foram testados em estudos clínicos e chegaram ao mercado, sendo utilizados no tratamento de diferentes tipos de câncer, tais como tumores de rim, pulmão, cabeça e pescoço, sarcomas e alguns tumores hematológicos.“Nossa ideia é estudar as quinases cujas atividades e funções tenham sido pouco exploradas. Acreditamos que elas possam ter atuação relevante no processo tumoral”,explica a cientista e Superintendente de Pesquisa do A.C.Camargo Cancer Center, Vilma Regina Martins.

O objetivo é que esses estudos também permitam compreender o que impede um paciente de responder ou não à uma determinada medicação. “Em muitos casos, o medicamento consegue bloquear uma quinase e ampliar a sobrevida dos pacientes, porém a ativação de outras vias celulares envolvidas na doença torna o tumor resistente ao tratamento ao longo do tempo”, acrescenta a cientista e líder do Laboratório de Genômica e Biologia Molecular do A.C.Camargo Cancer Center, Dirce Carraro.

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