Jornada Digital | Quando cuidar começa pelas equipes: o impacto da experiência interna na jornada do paciente

O segundo encontro da Jornada Digital Anahp de junho, realizado nesta quinta-feira (12), discutiu como a vivência das equipes de saúde influencia a experiência do paciente. Os especialistas convidados analisaram como clima organizacional, segurança psicológica, reconhecimento e propósito impactam os resultados percebidos por quem está recebendo a assistência.

Participaram do encontro:

  • Marcelo Alvarenga, CEO e cofundador da ConectaExp
  • Rafael Trevizoli Neves, coordenador de Experiência Humana no Cuidado em Saúde do Hcor
  • Vitor Garcia, COO da Pin People
  • Moderação: Leandro Ortigoza, superintendente de Gente & Gestão do Real Hospital Português

Confira, a seguir, os principais pontos debatidos.

Profissionais no centro do cuidado

Uma cultura centrada em pessoas começa pela escuta ativa dos próprios profissionais. A qualidade do cuidado depende do bem-estar emocional, da valorização e da preparação de quem cuida. Se o colaborador não se sente respeitado, ouvido ou incluído, dificilmente conseguirá oferecer uma experiência positiva ao paciente.

NA PRÁTICA
Investir em ambientes acolhedores, canais de escuta legítimos, trilhas de desenvolvimento e ações institucionais que demonstrem cuidado genuíno com os profissionais.

Lideranças que moldam cultura e engajamento

A liderança tem papel central na criação de um ambiente seguro e motivador. A forma como o líder se comunica, ouve e reconhece sua equipe impacta diretamente o engajamento, o clima organizacional e, por consequência, a experiência do paciente.

NA PRÁTICA
Preparar líderes para lidar com pessoas, e não apenas com processos; incluir a escuta e o reconhecimento como parte da rotina da gestão; formar multiplicadores da cultura por meio do exemplo e da coerência com os valores institucionais.

Clima influencia resultado

Com base em pesquisas realizadas com hospitais e empresas de diversos setores, a Pin People demonstrou a correlação entre clima organizacional e desempenho. Baixo engajamento impacta diretamente indicadores como NPS, rotatividade, produtividade e segurança.

NA PRÁTICA
Mapear a jornada do colaborador desde o onboarding até o desligamento; aplicar ferramentas de escuta contínua (pesquisas, feedbacks, análises de texto com IA); cruzar dados de experiência com resultados operacionais e clínicos.

Pronto atendimento com empatia

No Real Hospital Português, uma trilha de desenvolvimento criada após a reforma da emergência mostrou que infraestrutura e processos não bastam – é preciso trabalhar atitudes. A ConectaExp promoveu treinamentos de comunicação, escuta e trabalho em equipe, e houve melhora nos indicadores de NPS, clima, número de elogios e até nas notificações de eventos adversos, reflexo da segurança psicológica fortalecida.

NA PRÁTICA
Oferecer capacitação para que os profissionais se reconheçam como parte do cuidado, com foco em inteligência emocional, empatia e colaboração interprofissional.

Para equilibrar produtividade e humanização

Um desafio atual é conciliar eficiência com cuidado genuíno. O uso de inteligência artificial pode ser um aliado, desde que não comprometa a experiência humana nem substitua o papel relacional dos profissionais.

NA PRÁTICA
Utilizar IA e BI para automatizar análises e liberar tempo dos profissionais para o relacionamento; cuidar da jornada digital com o mesmo zelo da jornada assistencial.

Saúde mental vai além da terapia

Cuidar da saúde emocional das equipes exige mais do que acesso a psicólogos. É preciso ambientes saudáveis, práticas de descompressão e apoio entre colegas. No Hcor, uma brigada de saúde emocional (BRISE) está sendo treinada com foco em primeiros cuidados psicológicos.

NA PRÁTICA
Criar espaços de descanso e bem-estar; envolver colaboradores em iniciativas de apoio mútuo; valorizar vínculos e redes afetivas como parte da cultura institucional.

Um hospital feito de pessoas reais

A experiência humana pressupõe reconhecer a singularidade de cada trabalhador. Profissionais têm histórias, propósitos e desafios distintos, e o cuidado com eles precisa ir além da visão ocupacional.

NA PRÁTICA
Identificar os perfis presentes na equipe; compreender diferentes jornadas de trabalho (assistencial, administrativa, híbrida); mapear expectativas e incluir todos – do TI à copa – na estratégia de experiência.

O que dizem os especialistas?

O segundo encontro da Jornada Digital Anahp de junho reforçou que a experiência do paciente começa no clima, na escuta e nas relações entre as equipes. Ambientes psicologicamente seguros, lideranças que cuidam de verdade e estratégias que alinham propósito, dados e cultura formam a base para uma experiência genuína e sustentável – para quem cuida e para quem é cuidado.

Confira os próximos eventos da Anahp e participe!

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