Segundo a Iniciativa de Vigilância da Obesidade Infantil, braço da OMS, em todo o mundo, um terço das crianças de 6 a 9 anos está obesa ou acima do peso. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, uma em cada três crianças tem obesidade.
Uma pesquisa em busca de soluções para a combater a obesidade infantil no mundo. Esse foi o tema do encontro recente de pesquisadores do Brasil, China, Índia, África do Sul e Canadá, na sede da Organização Mundial da Saúde, na Suíça. O encontro marca o início de um futuro projeto que tem como objetivo reduzir os números da doença nos países envolvidos, e, posteriormente, nas demais partes do planeta.
Segundo a Iniciativa de Vigilância da Obesidade Infantil, braço da OMS, em todo o mundo, um terço das crianças de 6 a 9 anos está obesa ou acima do peso. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, uma em cada três crianças tem obesidade.
A iniciativa é do Canadian Institutes of Health Research (CIHR) e da OMS, que convidaram especialistas de outros quatro países para participar de um projeto de pesquisa em conjunto, onde será testada a efetividade de uma intervenção para redução da obesidade infantil. Os detalhes desta intervenção ainda estão em debate, devendo incluir aspectos relacionados à alimentação e atividade física.
O Brasil foi representado pelo médico epidemiologista Rodrigo Antonini Ribeiro, Gerente do Instituto de Educação e Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento, pela Analista em Políticas Sociais na Coordenação-Geral de Fomento à Pesquisa em Saúde do Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Samantha Turte-Cavadinha, e pelo professor da Universidade Federal de Pelotas, Cesar Victora, que possui diversos estudos e artigos publicados sobre a doença. “Esse é um problema mundial. Acredito que os países foram selecionados para participarem do projeto justamente em função da associação da ascensão econômica com a obesidade infantil, que resultou no crescimento substancial no número de crianças com sobrepeso nos últimos tempos”, destaca Ribeiro.
O Hospital Moinhos de Vento realiza, desde 2009, estudos epidemiológicos no distrito Restinga e Extremo Sul, em Porto Alegre, iniciativa que precedeu o início das atividades da Instituição na região. A partir destes dados, foi possível realizar um mapeamento específico de quantas crianças e jovens em idade escolar estavam acima do peso. De uma amostra de cerca de 1.000 adolescentes, 21% estavam com sobrepeso (quando há mais gordura no corpo do que o ideal para uma vida saudável) e 4,9% estavam obesos (acúmulo de gordura muito acima do normal). E 10,2% das 200 crianças analisadas tinham o mesmo problema.
No primeiro encontro, foi apresentado o projeto e o levantamento do interesse de cada nação em participar do estudo. Diversos encontros ainda serão promovidos. O próximo acontece em 2015 com o objetivo de mapear a pesquisa, fazer um levantamento dos números de pessoas que passarão pela intervenção e o tempo de duração. A estimativa é de que o trabalho seja concluído em cinco anos.
Fonte: Hospital Moinhos de Vento – 21.11.2014