Estudo BE-EARLY testará a eficácia de uma nova medicação em pessoas diagnosticadas com a doença nos últimos dois anos
Imagine o seu corpo confundindo aliados com inimigos e atacando suas células saudáveis. Essa é a realidade de quem convive com lúpus, uma doença autoimune que pode afetar diferentes partes do organismo. Embora muitos não conheçam, a condição merece atenção devido a sua complexidade e aos inúmeros desafios relacionados ao diagnóstico e tratamento.
A doença
A médica reumatologista e integrante do Corpo Clínico do Hospital São Vicente de Paulo, de Passo Fundo, Dra. Thais Rohde Pavan, explica que a causa do lúpus ainda não é totalmente conhecida. “Sabemos que há uma combinação de fatores genéticos, hormonais e ambientais, como exposição ao sol, infecções virais e até estresse emocional. O uso de certos medicamentos também pode desencadear a doença em algumas pessoas predispostas”, detalha a especialista.
Entre os sintomas mais comuns, segundo a Dra. Thais, estão o cansaço excessivo, manchas vermelhas na pele – especialmente no rosto, em forma de “asa de borboleta”, dores nas articulações, febre e queda de cabelo. A doença pode atingir diversos órgãos, como a pele, articulações, rins, pulmões, o que torna o acompanhamento médico fundamental para evitar complicações.
Para chegar ao diagnóstico e iniciar o tratamento adequado, é preciso considerar uma combinação de sintomas clínicos e exames específicos. “O diagnóstico é feito por meio da avaliação clínica dos sintomas e de exames laboratoriais específicos, como o FAN (fator antinuclear) e anticorpos anti-DNA. O tratamento varia conforme a gravidade, e pode incluir anti-inflamatórios, corticoides, imunossupressores e medicamentos mais modernos chamados biológicos. O objetivo é controlar a inflamação e evitar danos aos órgãos”, explica a médica.
O lúpus pode, ainda, trazer sérios riscos à saúde quando atinge órgãos vitais. “As complicações mais graves acontecem quando o lúpus atinge órgãos como os rins, o cérebro, o coração e os pulmões. Por isso, é fundamental que o paciente siga o tratamento corretamente, evite exposição ao sol, mantenha uma rotina de exames regulares e adote hábitos saudáveis, como boa alimentação e sono adequado”, conclui a Dra. Thais.
Estudo clínico
O Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Hospital São Vicente de Paulo está recrutando pacientes para o Estudo BE-EARLY, que testará a eficácia de uma nova medicação, chamada belimumabe, em pessoas diagnosticadas com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) nos últimos dois anos. A pesquisa busca entender se o medicamento é eficaz para melhorar os sintomas da doença, prevenir crises quando administrado por um longo período de tempo e se pode reduzir a necessidade de usar outros medicamentos regulares.
Podem participar do estudo pessoas com 18 anos de idade ou mais que já tenham começado o tratamento com medicações como antimaláricos, esteroide ou imunossupressores. O medicamento da pesquisa e os exames relacionados serão fornecidos de forma gratuita durante a participação. O estudo terá duração de cerca de três anos e envolverá, em média, 20 consultas no Instituto. O médico e a equipe irão monitorar a saúde do paciente por meio de consultas e avaliações regulares nesse período.
Para participar, os interessados podem entrar em contato pelo (54) 3316-4049 ou enviar uma mensagem de WhatsApp para o número (54) 9 81492901. O Instituto de Ensino e Pesquisa do HSVP está localizado junto à Unidade Teixeira Soares, Nº 808. Mais informações podem ser obtidas no site https://www.beearlylupusstudy.com/#!/.
Fonte: HSVP – RS