Este conteúdo é de autoria de um hospital associado à Anahp

Hospital Santa Rita realiza 1º transplante alogênico não aparentado de medula óssea do ES

A doação veio da Alemanha

O Serviço de Transplante de Medula Óssea (TMO) do Hospital Santa Rita realizou o primeiro transplante alogênico não aparentado de medula óssea do Espírito Santo, passando, assim, a realizar todos os tipos de transplante de medula óssea.

O paciente é o professor de matemática Adão Teófilo Neto, residente em Linhares, com 47 anos de idade, que recebeu a medula óssea de um doador da Alemanha. O material foi coletado naquele país e enviado para o Hospital Santa Rita por intermédio do REDOME (Registro de Doadores de Medula Óssea). 

A medula foi recebida em 21/03/24 e prontamente congelada para posterior uso. Em 24/04/24 o paciente foi submetido ao transplante.  Após 20 dias, a medula pegou (deu os primeiros sinais de funcionamento) e a alta hospitalar foi dada no último dia 24/05, exatamente um mês após o procedimento.

“Cheguei bem desanimado, um processo muito difícil, não tem nada fácil, extremamente difícil. E há momentos em que você acha que não vai conseguir e quer desistir mesmo. Aí vem o diferencial da equipe, te anima o tempo todo, profissionais, enfermeiros, pessoas que vão se tornar inesquecíveis para mim. O que eu espero agora é a remissão a doença e voltar para minha vida que era normal. Sei que é um processo longo, tenho um caminho ainda a seguir, então a expectativa é a melhor possível, para que tudo ocorra da melhor maneira possível”, relata o paciente.

De acordo com o hematologista e coordenador do Serviço de TMO, Dr. Marcelo Aduan, “esse paciente comparecerá semanalmente no Santa Rita para o devido acompanhamento médico e cuidados específicos com a nossa equipe”. Todo o tratamento está sendo feito por meio do SUS.

Portador de mielofibrose primária, o professor passa bem. A expectativa da equipe médica é dele retornar às suas atividades normais, como dar aulas de matemática, dentro de um ano.

Mielofibrose Primária

A mielofibrose primáriaé uma mutação genética que acontece de forma isolada, sem estar associada a outras doenças ou condições preexistentes. É mais frequente entre os 50 e 70 anos de idade, principalmente em homens.

O transplante de medula óssea é o único tratamento que tem o potencial de curar a mielofibrose. É uma doença que não tem como ser prevenida e o diagnóstico pode ser difícil. No entanto, manter um estilo de vida saudável, evitar exposição a substâncias tóxicas e praticar atividade física ajudam a manter uma boa condição de saúde.

Geralmente não há sintomas nos estágios iniciais da doença e, quando aparecem, podem ser confundidos com outras doenças. O médico informa que os sintomas, inclusive, podem variar de pessoa para pessoa, o que dificulta ainda mais o diagnóstico.

Alguns sintomas
  • Sinais de anemia (baixa contagem de hemácias)
  • Fraqueza e fadiga (cansaço excessivo)
  • Falta de ar
  • Palpitações cardíacas (batimentos cardíacos fortes ou acelerados)
  • Palidez na pele
  • Sintomas associados ao aumento do baço (esplenomegalia)
  • Dor e desconforto no lado esquerdo abaixo das costelas
  • Indigestão, perda do apetite e perda de peso associada
  • Sintomas associados à hepatomegalia (aumento do fígado)
  • Dor e desconforto no abdômen ou estômago
  • Coceira na pele (também chamada de prurido)
  • Sudorese excessiva, especialmente à noite
  • Febre
  • Aumento do risco de infecção
  • Sangramento e contusão fácil
  • Dores ósseas  
      
Transplantes de células-tronco realizados no Hospital Santa Rita

Até o momento, o Hospital Santa Rita realizou 738 transplantes de medula óssea. Somente neste ano de 2024 foram realizados 39 transplantes, sendo 34 autólogos e 5 alogênicos (1 não aparentado, 1 haploidêntico e  3 aparentados compatíveis).

Desde 2008 o Hospital realiza transplante autólogo. Em 2018 iniciou o alogênico aparentado, em dezembro de 2023 teve início o transplante alogênico aparentado haploidêntico, e, agora em 2024, começou a realizar o alogênico não aparentado.

Os tipos de transplante
  • AUTÓLOGO ou AUTOGÊNICO – é aquele no qual as células precursoras da medula óssea provêm do próprio indivíduo transplantado (Receptor). As células-tronco hematopoéticas do paciente são removidas antes que a quimioterapia ou radioterapia de alta dose seja administrada. Essas células são armazenadas e, após finalizada a quimioterapia ou radioterapia, são infundidas no paciente.
  • ALOGÊNICO APARENTADO – as células-tronco hematopoéticas vêm de um doador, preferencialmente, um irmão ou irmã com composição genética semelhante à do paciente.  A chance de encontrar um doador totalmente compatível na família é entre 25% a 30% entre irmãos de mesmo pai e mãe.
  • ALOGÊNICO APARENTADO HAPLOIDÊNTICO – as células-tronco hematopoéticas vêm de um doador, preferencialmente um irmão ou irmã, com composição genética 50% compatível com a do receptor. A chance de encontrar um doador totalmente compatível na família é entre 25% a 30% entre irmãos de mesmo pai e mãe.
  • ALOGÊNICO NÃO APARENTADO – a medula óssea é doada por uma pessoa não aparentada, mas com uma composição genética semelhante que possa ser usada. A chance de encontrar um doador em um banco de doadores de medula óssea é de aproximadamente 1: 50.000.

Fonte: Hospital Santa Rita de Cássia

Compartilhe

Você também pode gostar: