O tratamento mais moderno proporciona melhores resultados aos pacientes
O Hospital Esperança Recife realizou um procedimento cirúrgico inédito no Brasil: a implantação do sistema neuromodulador para estimulação cerebral profunda (DBS, sigla em inglês) Activa Rc Medtronics, o mais moderno do mundo. Indicado para tratamento da doença de Parkinson em pacientes cujos medicamentos não apresentam mais resultados satisfatórios, o sistema implantado é capaz de devolver a qualidade de vida do paciente. O primeiro paciente a receber o equipamento tem 62 anos e foi diagnosticado com a doença há seis anos.
O neuromodulador Activa Rc, o mais moderno disponível, está equipado com uma bateria capaz de manter a estimulação cerebral profunda por até 15 anos. Ele funciona como um marcapasso, fornecendo estimulação elétrica a regiões precisas do cérebro através de microeletrodos implantados estereotaxicamente, reduzindo muitos dos sintomas da doença de Parkinson, como tremores, rigidez motora e desequilíbrio corporal.
“A indicação cirúrgica para o tratamento dos sintomas da doença de Parkinson acontece quando os medicamentos não apresentam mais resultados satisfatórios para o paciente. No candidato à cirurgia, são realizados exames, uma verdadeira reavaliação geral, com testes neurológicos e neurocognitivos, além do exame de ressonância magnética especifico e diferenciado, tudo para avaliar as condições do paciente. Quando indicado, o neuromodulador ajuda a cumprir o papel que os medicamentos não alcançam mais”, explica o neurocirurgião do Hospital Esperança Recife, Paulo Brainer, líder da equipe que realizou o procedimento.
A cirurgia com o neuromodulador Activa RC tem melhores resultados, pois sistema de conexão do aparelho é mais avançado. O procedimento é realizado com a técnica conhecida como estereotaxia, de altíssima precisão, guiada por imagem anatômica e funcional, além da neurofisiologia intraoperatória, tudo feito com o paciente em sono leve. Um braço robótico coordenado pelo cirurgião realiza a introdução do eletrodo no cérebro. A alta pode ocorrer em 24 horas.
“O melhor controle dos sinais vitais com esta técnica proporciona mais segurança ao paciente e precisão ao procedimento. Tudo possível graças ao avanço nas técnicas de ressonância magnética e neurofisiologia desenvolvidos ao longo de duas décadas de experiência operado pacientes com doenças do movimento, Parkinson, tremor e distonias”, acrescenta o neurocirurgião Paulo Brainer.
Doença de Parkinson
A doença de Parkinson, mais comum em idosos, caracteriza-se pela redução da produção de vários neurotransmissores, principalmente a dopamina, relacionados ao domínio sobre os movimentos automáticos e de precisão, necessários ao bom funcionamento do corpo. Os neurotransmissores são os responsáveis pelo transporte de impulsos nervosos, comunicando os neurônios e formando a rede neural responsável pelos comandos enviados do cérebro até diversos locais do corpo humano. Quando os neurotransmissores estão desequilibrados acontece um curto-circuito, um comprometimento progressivo do sistema nervoso central, e pode afetar todas as áreas do corpo.
Entre os sintomas, estão a lentidão, uma diminuição na rapidez dos movimentos, a rigidez muscular, com redução de movimentos com agilidade no caminhar e realizar tarefas com os braços, com dificuldade para escrever e fazer movimentos que exigem uma maior precisão, além de tremor nas mãos e pés, falta de controle da saliva, depressão, sono agitado a noite, perda do olfato e dores musculares.