Cerca de 30 especialistas já foram credenciados; equipamento faz parte de sistema pioneiro no mundo e exigiu investimento de R$ 20 milhões
A implementação do Programa de Cirurgia Robótica do Hospital Dona Helena, de Joinville, chegou ao ponto alto, nesta semana, com as primeiras cirurgias da modalidade na instituição. Na terça-feira, 4, foram realizados dois procedimentos assistidos por robô, um de próstata e um de rim, em pacientes de 51 e71 anos. À frente da equipe formada por 12 profissionais, o urologista Ernesto Reggio, médico-chefe do programa. O médico Rafael Ferreira Coelho, urologista e cirurgião robótico do Hospital Sírio-Libanês (SP), que estuda há mais de dez anos os benefícios da técnica, participou como convidado. Os dois pacientes já tiveram alta e passam bem. Na quarta-feira, 5, ocorreram mais dois procedimentos, um deles, a primeira cirurgia torácica com robô. Seis intervenções já foram agendadas, todas até meados de junho. A meta do hospital é alcançar, a médio prazo, 30 cirurgias mensais.
“É um momento histórico, que traz para Santa Catarina a mais moderna tecnologia disponível no mercado internacional, em se tratando de robótica, reafirmando o esforço do hospital em oferecer o melhor ao paciente”, celebra Ernesto, salientando que o programa tomou forma em apenas quatro meses, com o envolvimento de diversos setores. Batizado de Da Vinci Xi, o robô faz parte do sistema Da Vinci, fabricado pela norte-americana Intuitive Surgical, pioneira e líder mundial em robótica para medicina. O equipamento desembarcou em Joinville no final de abril, sendo instalado no centro cirúrgico do Dona Helena. O hospital investiu cerca de R$ 20 milhões na inovação.
“Com esta inovação, Joinville ganha a mais moderna tecnologia disponível no mundo, e, ao mesmo tempo, a oportunidade de capacitação que será proporcionada aos cirurgiões da região, com a possibilidade de fazer procedimentos menos invasivos, oferecendo maior segurança, conforto, e a condição de um retorno mais rápido ao paciente”, comemora o diretor-geral José Tadeu Chechi.
Desde o início de fevereiro, o Hospital Dona Helena avança na preparação para a nova tecnologia. Direta ou indiretamente, cerca de 20% dos profissionais participaram desse processo. Até o momento, 28 médicos foram credenciados para procedimentos com a robótica. A equipe que atua na linha de frente do passou por treinamento conduzido pela enfermeira Gisele Jünger, que trabalhou na implantação da robótica em oito hospitais brasileiros, com 12 anos de experiência nesse campo. Para Gisele, a etapa da educação continuada dos profissionais é um dos fundamentos da adoção de um programa de robótica, ao lado de aspectos como a criação de fluxos e processos na instituição e a criação de uma nova jornada do paciente.
Ernesto Reggio frisa que a utilização do robô na medicina ganhou impulso em cirurgias de próstata, mas sua utilização é ampla, em áreas como ginecologia, aparelho digestivo e tórax. “Temos visto nos novos serviços que, normalmente, há áreas de acordo com a característica do hospital que se desenvolvem mais rápido, e acabam dando maior suporte para o sistema”, explica. Segundo ele, os ganhos principais são a realização de cirurgias com menor agressividade, menor trauma, recuperação mais rápida e menor risco de comorbidades.
Fonte: Hospital Dona Helena