A primeira cirurgia robótica do Grande ABC foi realizada ontem no Hospital e Maternidade Brasil, da Rede D’Or, em Santo André. A inovação tecnológica beneficiou paciente de 62 anos, submetido a prostatectomia – retirada da próstata acometida por câncer – e teve duração de aproximadamente três horas.
A cirurgia assistida por robô é realizada no Brasil desde 2008. Atualmente, o procedimento está presente em 21 centros de Saúde em todo o País, sendo cinco deles da Rede D’Or. A tecnologia, chamada Sistema da Vinci S, custa em média R$ 15 milhões e traz vantagens, já que é minimamente invasiva e, por isso, proporciona aos pacientes menos dor no pós-operatório, redução na perda de sangue durante a operação, além de recuperação mais rápida.
Na prática, o coordenador do programa de cirurgia robótica do Hospital e Maternidade Brasil, Victor Sérgio Bruscagin, explica que o avanço científico representa evolução da videolaparoscopia. “Os instrumentos delicados permitem que o médico tenha possibilidade maior de movimentos dentro da cavidade, muito semelhante aos da mão humana, além de proporcionar visão em 3D”, diz.
O cirurgião responsável por dois procedimentos realizados ontem no equipamento de Saúde Marcos Tobias Machado ressalta que a tecnologia não exclui a presença do médico, que fica sentado ao lado do paciente dentro da sala de cirurgia comandando o robô. Da mesma forma, a equipe de enfermeiros e instrumentistas segue tendo seus postos garantidos ao lado do profissional. “Não se perdeu a humanidade. O cirurgião continua lá comandando o mecanismo robótico”, esclarece.
Além da área da urologia, a cirurgia robótica também deverá ser utilizada para procedimentos ginecológicos, do aparelho digestivo, bariátricos, oncológicos, entre outros. A estimativa é que sejam feitos três procedimentos de alta complexidade por dia no hospital. “Temos oito médicos no programa de treinamento específico para manipular o robô, além de 30 a 40 pessoas da equipe já treinadas”, destaca Bruscagin.
Por ser novidade, o procedimento robótico ainda não é coberto pelos planos de Saúde. Para ser submetido à cirurgia, o paciente tem de arcar com os custos extras referentes aos materiais descartáveis utilizados durante o procedimento, montante que varia entre R$ 10 mil e R$ 12 mil. “O convênio cobre os custos da internação e da videolaparoscopia”, explica o diretor médico do Hospital e Maternidade Brasil, João Luiz de Miranda Rocha.
Fonte: Diário do Grande ABC – 13.05.2016