Desde janeiro, o Distrito Federal registrou mais de 500 casos da doença.
Nos últimos meses, principalmente após a chegada do inverno, foi possível observar um aumento dos casos de caxumba em todo o Brasil. A doença, também chamada de parotidite infecciosa, é uma infecção viral aguda que compromete as glândulas salivares, principalmente a parótida, com duração aproximada dos sintomas de uma semana. “Por ser causado por vírus, o problema pode ser prevenido através de vacinas e evitando-se o contato com outras pessoas que tenham a doença”, explica o pediatra Delmir Rodrigues, do Hospital Anchieta.
De acordo com o médico, no Distrito Federal, a cobertura vacinal ampla, onde mais de 95% das crianças são vacinadas. Porém, na época do inverno, existe um maior número de aglomerações e com isso é provável o aumento de incidência de diversas doenças virais.
“Existem duas doses previstas da vacina contra caxumba, sendo que com uma dose se tem proteção de 78% e com a segunda dose seria de 88%. Então, algumas pessoas, mesmo vacinadas, podem ter a doença, principalmente no período pós-vacina, devido a necessidade da soroconversão, que dura cerca de duas semanas”, alerta o Dr. Delmir.
Sintomas: os sinais são muito inespecíficos, comuns de infecção viral, como febre e dores de cabeça e garganta. Uma das principais características da doença é o aumento das glândulas salivares próximas aos ouvidos, que fazem o rosto inchar, mas em 30% dos casos isto não acontece.
Complicações: segundo o médico, nos casos graves, a doença pode causar inflamação e inchaço dos testículos e dos ovários, levando à esterilidade; surdez; meningite viral; pancreatite e aborto espontâneo no primeiro trimestre da gravidez. “As grávidas devem ter atenção redobrada, pois a vacina não pode ser realizada em gestantes”, afirma.
Tratamento: assim como a maioria das infecções virais, a caxumba é tratada com sintomáticos, como remédio para dor de cabeça e febre, além de repouso, isolamento social e ingestão de líquidos.
Crianças devem ser imunizadas pela primeira vez com 1 ano de idade e tomar a segunda dose da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) aos 15 meses. “Quem tem até 19 anos de idade e não sabe se foi vacinado, precisa tomar as duas doses, com intervalo mínimo de 30 dias, dependendo da idade. Pessoas de 20 a 49 anos também precisam ser vacinadas com a tríplice”, conclui o médico.
Fonte: Hospital Anchieta – 04.07.2016