Gestão de suprimento deve assumir posição estratégica nas organizações

Períodos de crise são oportunidade para a Supply Chain, que exige incorporação de tecnologia, integração entre diversas áreas e engajamento dos profissionais para avançar

O último encontro do Anahp Ao Vivo – Jornada Digital de abril, que abordou a eficiência operacional no setor hospitalar, aconteceu na última quinta-feira (25) com o tema “Tecnologia associada a suprimentos em favor da eficiência operacional”. Os convidados apontaram as dificuldades financeiras enfrentadas por todo o setor e destacaram que a gestão de suprimentos ganha ainda mais relevância nesse cenário. “As crises oferecem muitas oportunidades para avançar em Supply Chain”, afirmou João Fabio Bianchi Garcia Silva, diretor de Supply Chain na Hospital Care.

Filipe Oliveira, diretor-presidente da Verzo, concordou com a avaliação, mas ponderou que planejar e desenvolver os projetos em saúde é complexo. “Tudo nesse mercado é dez vezes mais difícil, tem muita particularidade, muita coisa diferente dos outros setores”, explicou. Por isso, afirmou ser fundamental ter um alinhamento de toda a organização sobre a importância do esforço e integrar diversas áreas no projeto. E reforçou que “o engajamento da direção é indispensável”.

Rafael Barbosa, CEO da Bionexo, foi na mesma linha e sugeriu que a gestão de suprimentos deve ocupar posição estratégica dentro da operação e ter destaque na equação de valor em saúde. “O exercício de comprar, por exemplo, evoluiu bastante ao longo do tempo, sobretudo com os múltiplos modelos de remuneração. Uma série de disciplinas entra nessa conta atualmente, e é preciso ter uma abordagem mais elaborada”, explicou.

Nesse sentido, a tecnologia é uma grande aliada. Andre Mallmann, PMO do Hospital São Vicente de Paulo (RJ), contou que na instituição cerca de 95% da prescrição médica vai pelo dispensário. “Praticamente todos os medicamentos estão dentro de robôs”, revelou. E completou que existem muitas ferramentas acessíveis, inclusive para pequenos hospitais, algumas “plug and play”. “Mas nem tudo que serve para um vai dar certo para o outro. Tem que avaliar o que é mais adequado para cada realidade”, alertou.

Ana Paula Melo, gerente-executiva de Suprimentos e Logística da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, disse exergar a incorporação de tecnologia a partir de uma perspectiva mais ampla de ganho de eficiência. “Tem muita coisa para otimizar antes de automatizar”, resumiu. Além disso, ressaltou que o Supply Chain deve sempre buscar práticas inovadoras, incluindo as formas de se relacionar com os parceiros e fornecedores. “O principal eixo do nosso projeto é estar sempre pensando em um novo jeito de fazer as coisas”, expôs.

Silva aproveitou para esclarecer que o Supply Chain não deve ser encarado como um departamento simplesmente, mas sim uma metodologia de gestão com diversos requisitos – entre eles, o trabalho em equipe, orientação por KPIs e integração entre diversas áreas, o que exige profissionais qualificados e comprometidos. “Um dos grandes desafios no setor de saúde é a capacitação das pessoas. Temos muita inovação pronta para usar, mas que não conseguimos implantar porque as pessoas não estão preparadas ou dispostas”, finalizou.

Anahp Ao Vivo – Jornadas Digitais

O debate “Tecnologia associada a suprimentos em favor da eficiência operacional” teve a participação de Andre Mallmann, PMO do Hospital São Vicente de Paulo (RJ), Ana Paula Melo, gerente-executiva de Suprimentos e Logística da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Filipe Oliveira, diretor-presidente da Verzo, e Rafael Barbosa, CEO da Bionexo. A moderação foi feita por João Fabio Bianchi Garcia Silva, diretor de Supply Chain na Hospital Care.

O Anahp Ao Vivo – Jornadas Digitais volta em junho e, em breve, será divulgada a programação. Fique atento!  

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