Este conteúdo é de autoria de um hospital associado à Anahp

Especialista do Hospital Anchieta fala sobre o Dia Mundial Sem Tabaco

De acordo com o INCA, o número de fumantes no Brasil caiu 30,7% nos últimos nove anos.

Por ano, o tabagismo mata cerca de 5 milhões de pessoas no mundo – 200 mil só no Brasil. Para combater o hábito de fumar e divulgar dados sobre os problemas causados pelo cigarro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) institui, desde 1987, o 31 de maio como Dia Mundial Sem Tabaco. A campanha tem como objetivo alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo.

De acordo com as informações divulgadas em 2015, pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), o número de fumantes no Brasil caiu 30,7% nos últimos nove anos. Para o clínico geral Célio Campos, do Hospital Anchieta, o resultado é fruto de diversas campanhas de conscientização realizadas no país. “Desde a década de 90, o Ministério da Saúde conseguiu interferir nas leis e diminuir as propagandas que associavam o cigarro a coisas positivas. Apesar de ter reduzido drasticamente as propagandas televisivas, o ministério tem uma tarefa constante para acabar com outras formas de divulgação, pois a indústria do cigarro sempre mostra o cigarro ao lado de algo bonito”, afirma o clínico geral Célio Campos, do Hospital Anchieta.

O aumento do preço dos cigarros é considerado um dos principais motivos para a queda do consumo do tabaco no Brasil. Segundo a Pesquisa ICT/INCA 2013, 62% dos fumantes pensaram em parar de fumar devido ao valor do produto.

Males do tabaco: “Os problemas que o tabaco pode ocasionar são incalculáveis. As estatísticas reforçam que mais de 90% dos casos de câncer de pulmão são em pessoas fumantes. Além disso, aproximam-se em 100% os canceres de boca, garganta e língua. Em números objetivos de adoecimento e morte, ainda é mais relevante, estatisticamente, os infartos, derrames e tromboses, que são doenças circulatórias. O hábito de fumar também desencadeia problemas respiratórios, como bronquite e enfisema pulmonar. Outras doenças, mesmo não relacionadas ao tabaco, têm seus sintomas aumentados em pacientes que possuem fumam. Por estes motivos, o tabagismo torna-se a maior causa de morte no mundo”, explica o clínico.

No geral, o cigarro possui 4,7 mil substâncias tóxicas. Quando o assunto é tabagismo, a nicotina é a mais lembrada, porém fala-se pouco do monóxido de carbono (mesmo gás tóxico liberado pelos canos de descarga de automóveis). “Quando este componente é absorvido para a circulação, ele ocupa o mesmo espaço do oxigênio e fica lá por 8 horas. Deste modo, desde o primeiro trago, o fumante rouba energia dele mesmo, ocasionando falta de ar, pouco fôlego e fazendo com que todos seus órgãos trabalhem com menos oxigênio”, alerta o especialista.

Narguilé – Por utilizar mecanismos de filtragem, o consumo é visto como menos nocivo, mas poucos sabem os grandes problemas causados à saúde. De acordo com o INCA, participar de uma sessão de fumo de narguilé por uma hora equivale a consumir cerca de cem cigarros. Compartilhar o bocal entre os usuários também pode resultar na transmissão de tuberculose, hepatite A, herpes e muitas outras doenças.

Tratamento – Para parar de fumar, o paciente deve modificar seu comportamento. Existem grupos de cessação do tabagismo, que consistem na abordagem multidisciplinar, como peça fundamental para o tratamento cognitivo-comportamental. “Além disso, existe o tratamento medicamentoso. É importante lembrar que as medicações são parte do tratamento e é necessário que o paciente manifeste o desejo de cessar o tabagismo. O tratamento químico vai ajudar na parte da dependência química. Sem isso o tratamento perderá em efetividade”, esclarece o médico.

Benefícios – Ao parar de fumar, em poucas horas a respiração começa a voltar ao normal. Melhora a resistência física para exercícios; melhora a qualidade de vida e sensação de bem estar. Em longo prazo, há diminuição do risco de doença cardíaca e câncer de pulmão; esperança de vida aumentada; redução da despesa com cigarros e com tratamento de doenças ligadas e diminui o envelhecimento precoce.

Fumantes passivos – Quem apenas inala a fumaça também pode desenvolver algumas doenças. De acordo com o médico, o fumo passivo também pode causar câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias.

A fim de proteger a população e contribuir para diminuição do tabagismo entre os brasileiros, em dezembro de 2014 foi regulamentada a Lei Antifumo (12.546), que proíbe fumar cigarrilhas, charutos, cachimbos, narguilés e outros produtos em locais de uso coletivo, como restaurantes e clubes, mesmo que o ambiente esteja parcialmente fechado por uma parede, divisória, teto ou até toldo.

Fonte: Hospital Anchieta – 10.05.2016

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