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Centro Oncológico Infantojuvenil do Hospital São Vicente de Paulo: Ao badalar do sino a renovação da esperança

Desde que o projeto Sino da Vida foi implantado no Centro Oncológico Infantojuvenil do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, em 2019, a cada novo badalar a emoção toma conta do ambiente e o som que se propaga pelos corredores renova a esperança. Quando o sino toca, além do anúncio de uma boa nova do fim do tratamento, o som revela as histórias, o caminho percorrido por cada paciente, as dificuldades enfrentadas e a gratidão. Neste mês de junho, quando o Centro Oncológico completa cinco anos, mais três pacientes celebraram a alegria do final do tratamento. Ramon Willian Lazarot, Brayan Riboli Guilardi e Lucas Matheus Perin dos Santos foram os pacientes que tocaram forte e alto o Sino da Vida.

O Sino da Vida é um projeto desenvolvido pelo Núcleo de Cuidados Integrativos (NCI) em conjunto com os profissionais do Centro Oncológico e a Comunicação Social, que tem o objetivo de humanizar e celebrar a conclusão de um dos ciclos do tratamento oncológico. Além disso, o Sino da Vida desperta esperança e entusiasmo nos pacientes que ainda estão em tratamento. “Ficamos felizes em chamar os pacientes para celebrar esse momento do fim do tratamento. Cada um dos três com suas particularidades, dificuldades no percurso, mas vivendo com bastante alegria esse momento. Nós temos uma equipe multiprofissional preparada, que foi cuidando de cada necessidade e dificuldades que surgiram durante o tratamento, até chegar a recuperação. É com muita satisfação que vivemos esse momento e esperamos que agora, vocês possam ir retomando a vida, a rotina”, enalteceu o médico oncologista pediátrico, responsável pelo Centro Oncológico, Dr. Pablo Santiago.

Depois de tocar alto e forte o sino, os pacientes agradeceram e se emocionaram ao lado dos familiares. “Queria agradecer todo mundo, minha família, os profissionais, as equipes dos postos que me ajudaram a chegar até aqui. Hoje é um dia especial, mas para mim também um pouco triste. Quando comecei a fazer o tratamento meu pai estava comigo e no meio, ele faleceu. Ele sempre dizia que ia estar comigo para bater o sino e não pode estar fisicamente, mas sei que está comigo. Só tenho a agradecer a todos que cuidaram de mim, que não me deixaram desistir, me davam força, muito obrigado”, relatou Ramon, de Erechim, que tratou Leucemia. A mãe Mariza Stachelski o acompanhou e também expressou sua gratidão aos profissionais.

Também ao lado dos pais, Elisangela dos Santos Perin e Lucas Ronaldo dos Santos, Lucas que tratou um Linfoma, não conteve as lágrimas com a alegria do momento. Elisangela agradeceu em nome do filho, que tímido, preferiu não falar. Ela contou que Lucas Matheus esteve por muito tempo internado e que considera os profissionais que o cuidaram parte da família. “O Lucas sempre dizia que o sonho dele era bater esse sino e o dia chegou. Foram dias difíceis, com percalços no caminho. Receber a notícia do câncer foi duro, mas quando o Lucas teve a recidiva foi mais ainda. Porém, ele nos dava força, tinha fé e esperança e dizia que ia superar. Hoje ao ver ele se recuperando, com saúde, dançando que é o que ele adorava fazer, nos dá muita alegria”, relatou a mãe, enaltecendo ainda o papel dos profissionais. “Deus dá o dom para pessoas especiais, vocês são anjos, cuidam dos nossos tesouros, não há riqueza que pague vocês por nos devolverem eles com saúde”.

Brayan Riboli Guilardi, assim como Ramon, venceu uma Leucemia. Pequeno no tamanho, mas grande na força, a mãe Marilise Riboli conta que ele dava força para ela e o esposo Sidnei Guilardi. “Os primeiros meses foram difíceis, ele ficou 45 dias internado e o tratamento era mais agressivo. Nós ficávamos muito preocupados, mas ele dizia que ia passar e que ia ficar tudo bem”, relata a mãe, agradecendo ainda o trabalho de toda a equipe. “Graças a Deus deu tudo certo e só temos que dizer obrigado a todos os profissionais, que sempre nos receberam tão bem, cuidaram tão bem. Ver ele tocar o sino é uma alegria enorme”.

Emoção por parte de quem apoia e incentiva a luta contra o câncer infantil

Na cerimônia do Sino da Vida do mês de junho, que também celebrou os cinco anos do Centro Oncológico, estiveram presentes além da equipe multiprofissional, o Diretor Técnico Médico Adroaldo Mallmann, o Superintendente Executivo Ilário De David, o presidente José Miguel Rodrigues da Silva e o Secretária da Assistência Social de Passo Fundo e grande parceiro do Centro, Saul Spinelli.

Na oportunidade, Dr. Adroaldo enalteceu o trabalho das equipes médica e multiprofissional e a qualidade do atendimento prestado. “O trabalho realizado aqui é especializado, uma construção ao longo dos anos, sempre evoluindo e buscando o melhor para os pacientes. Por isso, a alegria de ver os pacientes tocando o sino, se soma a felicidade e gratidão dos profissionais, que sabem que, ao longo desses cinco anos, vem sendo feito um trabalho humano e qualificado”.

O presidente José Miguel destacou que grandes obras de bem nascem de um projeto, uma ideia. Como o Centro Oncológico foi assim. Há cinco anos surgiu a ideia, o projeto foi colocado em prática e um grupo de pessoas se dedicam com muito amor, para cuidar e auxiliar as crianças e adolescentes com câncer. Ao ver os pacientes tocando o sino, vemos também no rosto dos profissionais a gratidão e a emoção do dever cumprido”. Ainda, José Miguel agradeceu todos que apoiam a causa, sejam autoridades, famílias e comunidade, fazendo um agradecimento especial ao Secretário Saul. “Desde de o início ele se empenha por essa causa, sem pedir nada em troca, por isso, temos que parabenizá-lo pela atitude”.

Saul agradeceu a menção do presidente e contou que, desde 2016, apoia o trabalho do Centro e que tornou a causa uma de suas principais bandeiras de vida. “ O Dr. Pablo me ligou, falou do projeto, fui atrás de parcerias e aos poucos, com muito empenho fomos vendo isto crescer. Eu conheci muitos pacientes, mas um especial, disse uma frase que me marcou. No quarto internado ele disse, neste quarto podemos fazer muitas coisas. Ele me deu um boneco que tenho em minha casa e todos os dias vejo ele e lembro que, se ele, no quarto disse que podia fazer muita coisa, imagina nós, que temos o mundo. Me sinto no dever de fazer algo”.

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