O Café da Manhã Anahp, realizado nesta segunda-feira (12), em parceria com a Exímio, abordou como transformar qualidade assistencial em rentabilidade sustentável. Especialistas detalharam a aplicação prática de um modelo de governança clínica voltado ao resultado, mostrando como integrar cuidado, operação e gestão financeira de maneira estruturada e mensurável, com o médico no centro da estratégia.
Participaram como palestrantes:
- Paulo Cezar Vaz de Almeida Filho, sócio-fundador da Exímio
- Murilo Machado de Lima Castro, diretor de Operação de Back Office da Exímio
- Alberto da Costa e Silva Lott, diretor corporativo comercial da Exímio
Veja os principais pontos destacados:
Governança clínica com foco em resultado
A governança clínica deve se tornar um instrumento de geração de valor para o hospital. O modelo apresentado durante o evento propõe alinhar qualidade assistencial, eficiência operacional e sustentabilidade financeira dentro de um mesmo sistema de gestão.
“Quando a governança se conecta ao resultado,
ela deixa de ser um custo e passa a ser uma alavanca de valor.”
Alberto Lott
Na prática: definir indicadores de desfecho e eficiência por especialidade, cruzar com custos e margens, e adotar uma lógica de gestão baseada em valor clínico — e não apenas em volume.
Método e cultura: da diretriz à rotina
A estrutura de governança proposta é sustentada por um modelo de gerenciamento por diretrizes (GPD), que combina objetivo estratégico com rituais de execução no dia a dia. A padronização das rotinas e o acompanhamento contínuo são as bases para gerar resultados sustentáveis.
“O hospital é uma fonte inesgotável de problemas.
Sem rotina e método, nada acontece.”
Paulo Cezar Filho
Na prática: implementar rituais diários por setor e discussões com foco em metas claras, com protagonismo das lideranças operacionais e clínicas.
Médico no centro da estratégia
O corpo clínico é a principal força motriz dos resultados hospitalares. O modelo propõe engajar os médicos com dados confiáveis, protocolos estruturados e feedback frequente, de forma respeitosa e transparente.
“Muitos médicos nunca tiveram acesso a dados sobre a própria prática.
Quando mostramos isso com respeito, a mudança acontece.”
Murilo Castro
Na prática: utilizar dashboards por especialidade e realizar reuniões periódicas entre lideranças médicas e assistenciais para revisar padrões de prática, desempenho e valor entregue ao paciente.
Dados, padrões e performance assistencial
A análise de dados clínicos e financeiros é uma das alavancas do modelo. Com tecnologia própria, a Exímio, por exemplo, viabiliza a construção de matrizes que cruzam variáveis como gravidade, sazonalidade, especialidade e desfecho para embasar decisões.
“Colocar o dado no contexto certo transforma ele numa ferramenta de gestão
e não apenas em informação.”
Paulo Cezar Filho
Na prática: revisar exames, medicamentos e procedimentos com alto volume ou custo, analisando o impacto sobre o desfecho clínico e a margem de contribuição.
Eficiência clínica e uso do recurso certo
O cuidado centrado em valor depende de decisões clínicas assertivas e do uso adequado de recursos. Protocolos estruturados e auditorias clínicas reduzem desperdícios e aumentam a resolutividade da assistência.
“Eficiência não é fazer menos. É usar o recurso certo,
no momento certo, para o paciente certo.”
Murilo Castro
Na prática: mapear as principais queixas dos pacientes no pronto-socorro e padronizar fluxos para atendimento sintomático resolutivo, com foco no NPS e no tempo de permanência.
Ciclo da receita, suprimentos e rentabilidade
A governança também precisa integrar os bastidores da operação. Ao alinhar ciclo da receita e suprimentos com as práticas clínicas, é possível padronizar condutas, reduzir glosas e otimizar margens.
“O hospital ganha eficiência quando a cadeia inteira está orientada pela prática clínica
— da prescrição ao faturamento.”
Alberto Lott
Na prática: identificar os dez insumos mais utilizados por especialidade e revisar seu uso com base em boas práticas clínicas, custo-benefício e alternativas disponíveis.
Alinhamento entre indicadores e metas
A dispersão de padrões entre equipes, unidades ou convênios pode comprometer os resultados. A governança deve permitir o acompanhamento detalhado dos indicadores, promovendo correções pontuais e mais precisão nas decisões.
“Você só muda a rentabilidade quando entende o detalhe. Quando deixa de olhar só o consolidado e começa a atuar em cima do que cada caso tem de específico.”
Murilo Castro
Na prática: desenvolver trilhas clínicas por linha de cuidado, integrando permanência, insumos, desfechos e margem por DRG ou CID, e monitorar dispersões por médico, equipe ou operadora.
Projetos sob medida: da gestão plena à melhoria pontual
“Não é só vender o equipamento. A gente entra junto para redesenh“Nosso foco é deixar a gestão no DNA da equipe. Entramos com método, rotina e tecnologia, mas é o time do hospital que carrega o resultado.” — Alberto Lott
A Exímio atua em diferentes níveis: da gestão plena de hospitais à consultoria especializada em áreas estratégicas. A proposta é implantar modelos de governança que permaneçam além do contrato.
Na prática: projetos com duração de 3 a 24 meses podem incluir estruturação do ciclo da receita, padronização de protocolos clínicos e operacionais, desenvolvimento de lideranças e reconfiguração de áreas críticas, como centro cirúrgico e pronto-socorro.
Resumo: Segurança, eficiência e sustentabilidade
O evento demonstrou que a governança clínica, quando aplicada com método, dados e cultura, pode ser uma ferramenta estratégica para transformar a operação hospitalar. A integração entre áreas, o protagonismo médico e a gestão por valor são os pilares de um modelo que conecta segurança, eficiência e sustentabilidade.
Assista à íntegra deste evento: