No Café da Manhã da Anahp desta terça-feira (3), em parceria com a Esteriliza, o médico e professor Claudio Seferin — ex-CEO do Sistema de Saúde Mãe de Deus — destacou o papel estratégico do centro cirúrgico e da Central de Material Esterilizado (CME) para a performance hospitalar. Com abordagem prática e foco em resultados, Seferin demonstrou como processos bem estruturados de esterilização garantem segurança ao paciente, evitam cancelamentos de procedimentos e sustentam o giro cirúrgico sem perdas clínicas ou financeiras.
Veja, abaixo, os principais pontos destacados:
O centro cirúrgico é o coração do hospital
O centro cirúrgico concentra a maior parte das internações eletivas, mobiliza equipes multidisciplinares e influencia diretamente o giro de leitos e o faturamento hospitalar. Reconhecer seu papel estratégico é essencial para qualquer planejamento institucional.
“Tudo passa pelo centro cirúrgico. Se ele para, o hospital para.”
Na prática: integre a CME ao planejamento estratégico do centro cirúrgico, considerando capacidade instalada, tempo de reprocessamento e disponibilidade técnica garantida por parceiros especializados.
CME eficiente evita prejuízos
Cancelamentos de cirurgias por falhas no preparo dos instrumentais ainda ocorrem com frequência, mesmo em instituições mais avançadas. O impacto é assistencial, emocional e econômico — e frequentemente evitável.
“Se o instrumental não está pronto, a cirurgia atrasa ou nem acontece.
E ninguém quer ouvir isso depois de estar preparado para operar.”
Na prática: organize o fluxo da CME com base em agendamentos cirúrgicos e prazos acordados, priorizando a confiabilidade do processo com protocolos padronizados e controle operacional por indicadores.
Planejamento começa no mapa cirúrgico
A programação antecipada do mapa cirúrgico permite que a CME organize sua produção com base em prioridades e volumes reais. Sem esse alinhamento, o risco de falhas aumenta.
“Se não existe um bom planejamento do dia seguinte, a CME trabalha no escuro
— e a chance de erro aumenta.”
Na prática: alinhe diariamente o mapa cirúrgico com a equipe da CME ou com o prestador de esterilização para garantir a disponibilidade de kits, o dimensionamento da demanda e o tempo de resposta adequado.
Entrega certa, com rastreabilidade total
O desafio da esterilização vai além da limpeza e do reprocessamento técnico. A logística precisa garantir que o kit correto chegue ao local certo, no momento exato e com registro completo do processo.
“Não é só sobre esterilizar. É sobre entregar o certo, na hora certa, para o lugar certo
— e com rastreabilidade total.”
Na prática: utilize soluções que assegurem rastreabilidade por lote, procedimento e paciente, permitindo controle completo e resposta rápida em caso de desvios ou intercorrências.
Esterilização impacta diretamente a desospitalização
Se as cirurgias não ocorrem no tempo previsto, a alta também atrasa — com impactos diretos no giro de leitos e na ocupação hospitalar. A eficiência da CME tem papel decisivo nesse fluxo.
“O paciente só vai para casa quando faz a cirurgia. E ele só faz a cirurgia se o instrumental estiver pronto.”
Na prática: mantenha canais de comunicação diretos com as unidades cirúrgicas e defina prazos máximos para retorno de kits prioritários, garantindo suporte à programação assistencial.
Prevenção de infecções começa na CME
Cada falha na esterilização representa uma ameaça à segurança do paciente. Infecções hospitalares elevam os custos, prolongam internações e comprometem desfechos.
“A cada falha da CME, há uma chance real de complicação para o paciente. E isso compromete
o resultado clínico e a reputação da instituição.”
Na prática: implemente rotinas de controle de qualidade com testes biológicos, físico-químicos e validação contínua dos ciclos, além de manutenção preventiva regular dos equipamentos.
Excelência depende de padronização e rotina
Tecnologia e equipamentos são importantes, mas não garantem, sozinhos, a segurança. É o processo padronizado, com equipes treinadas e monitoramento contínuo, que assegura resultados consistentes.
“A diferença está na consistência do processo. Qualidade não é resultado de sorte.”
Na prática: adote checklists validados e protocolos revisados periodicamente, assegurando treinamento contínuo das equipes e auditorias regulares para manter a uniformidade dos resultados.
A CME deve ser vista como área estratégica
Seferin encerrou reforçando que a CME precisa sair do papel de coadjuvante e ser reconhecida como unidade crítica para o sucesso do hospital. Investir nela é investir em toda a cadeia de valor.
“Não é um setor coadjuvante. A CME está no centro da entrega de valor em saúde.”
Na prática: trate a CME — própria ou terceirizada — como área estratégica, com indicadores acompanhados pela liderança, metas de desempenho pactuadas e papel claro no planejamento institucional.
Conclusão
Claudio Seferin reforçou um ponto crucial para os gestores hospitalares: a eficiência da CME não é um detalhe técnico, mas um pilar estratégico da operação assistencial e financeira. Quando bem estruturada, ela sustenta o giro cirúrgico, reduz riscos, melhora desfechos e preserva a reputação institucional. Em um cenário de alta complexidade e pressão por resultados, investir na CME é garantir que o hospital funcione com precisão, segurança e previsibilidade.
Assista ao evento na íntegra: