Acreditação garante qualidade dos fornecedores na saúde

Organizações de saúde são corresponsáveis pelas consequências de falhas na cadeia de insumos e equipamentos utilizados na assistência

Falhas no armazenamento ou no transporte de insumos e materiais causadas pela empresa de logística, por exemplo, podem prejudicar a segurança dos pacientes nos hospitais, que são corresponsáveis pelas consequências potencialmente graves da negligência, incompetência e imperícia alheias. Com essa premissa, a Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) realizou nesta terça-feira (31), em parceria com a Pharma-k, mais uma edição do seu tradicional Café da Manhã, desta vez com o tema “A importância de fornecedores acreditados” (assista ao evento na íntegra abaixo).

A falta de padrões de qualidade entre os fornecedores é um risco conhecido, e ainda mais relevante no modelo de ecossistemas, mas que normalmente são mitigados pelas organizações com auditorias próprias. Na opinião de Vivian Giudice, diretora de Negócios e Mercado no Grupo IBES (Instituto Brasileiro para Excelência em Saúde), exigir acreditação dos parceiros de negócios é muito mais eficiente para prevenir efeitos adversos na assistência.

“Em geral, as empresas qualificam os fornecedores de forma superficial. No caso dos medicamentos, concentram-se na fabricação, que é justamente onde os níveis de qualidade e controle são mais altos. As fragilidades, neste caso, são mais recorrentes nas fases seguintes”, explicou Giudice. Além disso, acrescentou a executiva, a adequação dos padrões de qualidade ocorre normalmente após a assinatura do contrato, o que em muitos casos atrasa ou até inviabiliza a prestação de serviços.

De acordo com Giudice, exigir acreditação dos fornecedores resolve essas questões porque transfere a responsabilidade para o acreditador, que tem as competências e recursos apropriados para apurar e manter a qualidade em toda a jornada, com diagnósticos precisos e processos definidos para construir as soluções amplas de governança. E Luiz Henrique Lopes, diretor comercial da Pharma-k, ressaltou que “acreditação em saúde é diferente de ISO”.

Luciana Holtz de Barros, fundadora e presidente do Instituto Oncoguia, contextualizou que toda essa discussão está muito longe das preocupações dos pacientes com câncer, que já se encontram em situação de fragilidade e podem ser prejudicados severamente por inconformidades na cadeia produtiva, sobretudo em relação à confiabilidade de exames e medicamentos. “Problemas na biópsia, por exemplo, principalmente quanto ao armazenamento do material, são frequentes e têm potencial para causar danos irreparáveis aos tratamentos”, afirmou.

Sílvia Jaldin, diretora de Defesa e Valorização da Sociedade Brasileira de Auditoria Médica, destacou a necessidade de alinhar a formação das pessoas, inclusive internamente, a uma cultura de qualidade total. “É importante que os profissionais entendam o seu papel nesse processo de transformação para uma saúde baseada em valor, com o paciente no centro da assistência”, avaliou. E acrescentou que a acreditação oferece técnicas para evoluir nesse sentido.

O Café da Manhã “A importância de fornecedores acreditados”, em parceria com a Pharma-k, teve a participação de Vivian Giudice, diretora de Negócios e Mercado do Grupo IBES, de Luciana Holtz de C. Barros, fundadora e presidente do Instituto Oncoguia, e de Sílvia Jaldin, diretora de Defesa e Valorização da Sociedade Brasileira de Auditoria Médica. A mediação foi feita por Luiz Henrique Lopes, diretor comercial da Pharma-k. Fique atento aos próximos eventos.


Assista ao evento na íntegra | Café da Manhã com Pharma-k

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