Metaverso: como essa tecnologia pode ajudar nos hospitais?

O Sabará Hospital Infantil protagonizou recentemente a primeira simulação mundial de uma cirurgia no metaverso. A experiência inédita foi realizada no Centro Cirúrgico do Sabará, em um boneco em formato de bebê hiper realista, impresso em 3D, baseado nos exames reais de um paciente e com suas mesmas características físicas. Foi utilizado um dispositivo de realidade virtual que trabalha com hologramas voltados para interação no ambiente real por meio de gestos e vozes. Vamos entender melhor como isso funciona?

Mais do que uma novidade tecnológica, o metaverso tem potencial para mudar a maneira como nos relacionamos e utilizamos a internet, com a junção dos mundos físico e digital. A palavra vem do grego meta (“além”) e verso (“parte”), ou seja, é um ambiente digital e compartilhado, em que é possível termos experiências imersivas, interativas e realistas.

Nos hospitais, isso significa que será possível a participação virtual de médicos especialistas de forma remota em procedimentos como cirurgias, levando qualidade e expertise para todos os cantos do Brasil (e do mundo!). Um modelo de cuidado que contribui para tornar a saúde mais acessível.

No caso da experiência do Sabará, o procedimento simulado foi uma biópsia de tumor cerebral, conduzido pela neurocirurgiã pediátrica e líder da iniciativa na instituição, Giselle Coelho, por meio do seu avatar – a Dra. Geex. O tema, aliás, esteve em pauta no 6º Congresso Internacional Sabará-PENSI de Saúde Infantil.

“É uma honra trazer essa tecnologia apresentada pela primeira vez no mundo simulando sua utilização para os pacientes pediátricos do Sabará. Esse projeto ajudará no compartilhamento de conhecimento clínico em cirurgias pediátricas complexas, como as neurológicas. Com isso, futuramente, será possível oferecer toda a expertise dos especialistas do Sabará para regiões remotas, que não teriam o acesso a grandes centros para determinadas cirurgias, expandindo o conhecimento e ampliando as opções de tratamento especializado para os pacientes”, explica Coelho.

Inovação tridimensional
O hospital Nipo-Brasileiro é outro exemplo de quem também já está investindo nessa tendência. Na instituição, a tecnologia de realidade aumentada foi aplicada em uma cirurgia de prótese de ombro.

Responsável pelo procedimento, o médico Nicola Archetti Netto, especializado em Ortopedia e Traumatologia, explica que o recurso tecnológico possibilita a produção de uma imagem estereoscópica tridimensional (o holograma), combinada à visão do mundo “real”. “Essa tecnologia coloca a anatomia do paciente na mão do cirurgião”, enfatiza.

Segundo o especialista, com a exatidão de modelo criado pela realidade aumentada é possível usá-lo tanto no planejamento pré-operatório quanto durante a cirurgia, com objetivo de “guiar” o cirurgião durante o procedimento.

 

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