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Quinta D’Or realiza primeiro transplante de rim em paciente pediátrico no hospital

Jovem que precisava de diálise desde 1 ano de idade recebe um novo rim. Procedimento foi feito dias antes do paciente completar 18 anos

A tarde desta quinta-feira foi de muita emoção no Quinta-D’Or, com a alta do primeiro paciente pediátrico a receber um transplante de rim no hospital. Paciente renal crônico desde 1 ano de idade, Natan viveu toda sua infância e adolescência sob a dura rotina da necessidade de realizar diálise. Felizmente agora ele faz parte da lista de jovens que receberam um novo rim. Cirurgião-chefe da equipe de transplante renal da Rede D’Or, Ricardo Ribas relata que o final feliz só veio após semanas de muita apreensão. Isso porque ele foi inserido na fila de transplante poucos meses antes de fazer 18 anos. Ao completar a maioridade, o paciente perde a prioridade em receber um órgão pediátrico. Somente duas semanas antes do aniversário é que, enfim, apareceu um órgão compatível.

Ricardo relata que o procedimento foi extremamente delicado, pois o paciente também possui uma bexiga ileal, quando o trajeto da urina passa pelo intestino delgado. Entretanto, mesmo após o transplante, o drama ainda não havia terminado. Era preciso que o órgão transplantado começasse a funcionar. “Em casos assim, quando o paciente passa por diálise por muito tempo, costuma demorar mais até o órgão começar a trabalhar”, explica o cirurgião que esteve à frente de uma equipe composta pelo cirurgiões vasculares Felippe Luiz Fonseca e Luiza Máximo e pelas nefrologistas Cláudia Fagundes e Patrícia Finni.

Foram duas semanas de espera até que no dia 31 de março, justamente quando Natan completou 18 anos, o rim começou a funcionar normalmente e ele pode dar adeus à rotina de diálise. O cirurgião ressalta que foi especial ver a felicidade dele e de sua família ao ver que o rim respondeu ao transplante e que agora não terá mais que passar semanalmente pelo procedimento artificial que remove os resíduos e a água em excesso no sangue. “É um jovem que nunca havia tido a experiência de não depender da diálise. Agora ele terá uma qualidade de vida muito melhor”, ressalta.

Apesar de ser o terceiro país no mundo que mais realiza transplantes renais, o país encerrou 2023, segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), com quase 39 mil pessoas na lista de espera, sendo 335 pacientes pediátricos. Ricardo observa que a quantidade de gente a espera de um transplante mostra que é preciso disseminar ainda mais a cultura da doação de órgão, bem como divulgar o trabalho Sistema Nacional de Transplantes, reconhecido internacionalmente, pela segurança e transparência no percurso do órgão, desde a doação até o transplante. No caso de uma criança e adolescente renal crônica, ressalta o cirurgião, a espera por um rim impacta em seu desenvolvimento físico e intelectual. “São pacientes que costumam ser bem magros, então normalmente ganham peso dias após a cirurgia”, conta.

Fonte: Quinta D’Or

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