O segundo debate da Jornada Digital Anahp de fevereiro, que tem como foco a eficiência operacional, aconteceu na quinta-feira (13) com o tema “Modelos de remuneração com bons desfechos assistenciais e financeiros”.
O evento reuniu especialistas para discutir abordagens que conciliam performance e qualidade assistencial, garantindo sustentabilidade financeira para hospitais e operadoras de saúde. Os participantes foram:
- Ana Takahashi, diretora de Negócios no Hospital Alemão Oswaldo Cruz
- Maurício Barreto, diretor médico no Hospital Divina
- Paulo Ishibashi, executivo de Marketing e Desenvolvimento de Negócios da Rede TotalCare da Amil
A moderação foi feita por Julio Vieira, diretor de Relacionamento com o Mercado, Negócios e Estratégia do Hcor.
Confira, abaixo, os principais pontos abordados.
Modelos de remuneração
Os modelos tradicionais de remuneração, como o fee-for-service, estão sendo gradualmente substituídos por abordagens que priorizam a qualidade e a eficiência assistencial. No entanto, a implementação desses novos modelos exige ajustes operacionais e uma mudança cultural, que envolve prestadores e operadoras.
NA PRÁTICA
Isso significa adotar contratos com metas de desempenho, onde hospitais e clínicas são remunerados com base em indicadores de qualidade, como taxa de complicações, tempo médio de internação e experiência do paciente.

“Precisamos sair do volume e focar no valor.”
– Ana Takahashi
Impacto econômico
Além da melhora assistencial, a remuneração baseada em valor traz impactos econômicos diretos para as instituições. O desafio é equilibrar incentivos financeiros e custos operacionais sem prejudicar o atendimento ao paciente.
NA PRÁTICA
Isso implica maior controle sobre desperdícios, melhor negociação de contratos e a adoção de métricas padronizadas para avaliar os serviços prestados.

“Quando alinhamos incentivos para bons desfechos, conseguimos reduzir o desperdício sem comprometer a qualidade.” – Paulo Ishibashi
Integração entre operadoras e prestadores
Para viabilizar a adoção de novos modelos de remuneração, é fundamental que hospitais e operadoras estabeleçam canais de comunicação claros e recorrentes. A colaboração e a transparência na gestão dos contratos são essenciais para evitar desalinhamentos e contribuir para que o novo modelo seja efetivo.
NA PRÁTICA
Isso significa que ambas as partes precisam compartilhar dados sobre custos, desfechos clínicos e satisfação dos pacientes para que os ajustes necessários possam ser feitos em tempo real.

“O diálogo precisa ser constante para garantir que as mudanças sejam sustentáveis para todos os envolvidos.” – Julio Vieira
Linhas de cuidado e eficiência
A estruturação de linhas de cuidado melhora a previsibilidade dos custos e a experiência do paciente. Hospitais que integram suas equipes médicas e promovem um atendimento coordenado conseguem reduzir internações desnecessárias e melhorar os desfechos clínicos.
NA PRÁTICA
Como exemplo, hospitais que adotam esse modelo conseguem reduzir readmissões e otimizar a gestão de leitos.

“Quando organizamos o atendimento pela jornada do paciente, conseguimos eliminar desperdícios e melhorar a previsibilidade dos custos.” – Maurício Barreto
Tecnologia no monitoramento de desfechos
Ferramentas de análise preditiva e inteligência artificial são fundamentais na transição para modelos baseados em valor. A digitalização permite o acompanhamento contínuo dos desfechos clínicos, garantindo melhores práticas assistenciais e embasando decisões com dados concretos.
NA PRÁTICA
Casos de sucesso já mostram que hospitais que utilizam IA e analytics conseguem prever complicações e ajustar protocolos de atendimento para otimizar a jornada do paciente.
“A digitalização permite acompanhar os desfechos em tempo real, garantindo que as boas práticas sejam seguidas e que as decisões sejam baseadas em dados concretos.” – Maurício Barreto
O que mais dizem os especialistas?
A transição para modelos de remuneração baseados em valor não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para a sustentabilidade do setor. Apesar dos desafios, a adoção de estratégias estruturadas e a cooperação entre prestadores e operadoras podem transformar a eficiência operacional da saúde suplementar no Brasil.
A valorização de boas práticas, a mensuração objetiva de resultados e o uso de tecnologia foram apontados como pilares fundamentais para a evolução do setor. Mais do que um conceito, a remuneração por valor já é uma realidade em algumas instituições que souberam adaptar suas operações e alinhar incentivos corretamente.
Assista à íntegra do debate:
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