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Hospital Moinhos de Vento reuniu especialistas para debater a importância de uma noite bem dormida

Dormir bem – com qualidade e pelo tempo adequado – é um fator importante para a manutenção da saúde e da qualidade de vida. Por outro lado, cresce o número de pessoas com distúrbios do sono ou que dormem por períodos insuficientes. Para abordar esses temas, o Hospital Moinhos de Vento promoveu, nesta terça-feira (12), o primeiro Grand Round de 2024, intitulado “A otimização do sono para a saúde global”.

O evento, que marcou o Dia Mundial do Sono, celebrado em 15 de março, contou com a presença do superintendente Médico da instituição, Luiz Antonio Nasi, e das médicas Simone Chaves Fagondes, especialista do Núcleo de Neurofisiologia do Hospital Moinhos de Vento, e Ana Caramori Krieger, professora de clínica médica no Departamento de Medicina, Neurologia e Genética do Centro Weill Cornell de Medicina do Sono, do Hospital Presbiteriano de Nova York.

“A American Heart Association incorporou a questão do sono como um fator de risco para eventos cardiovasculares. Isso significa que não é só tabagismo, sedentarismo, colesterol e outros aspectos que devem ser analisados. Temos que estabelecer na nossa rotina médica a avaliação dessa variável”, destacou Nasi, ao abrir o encontro.

Especialista em Medicina do Sono, Simone abordou as múltiplas dimensões do sono saudável. Para ela, isso não significa apenas a ausência de um ou mais distúrbios. É preciso avaliar a duração do sono, o momento no qual acontece ao longo das 24 horas do dia, sua eficiência ou continuidade e, no dia seguinte, o nível de atenção e de satisfação com o sono obtido.

“A ideia é essa: o sono saudável vai caminhar ao lado da saúde global. Precisamos trabalhar na promoção de atitudes saudáveis, atuar mais na prevenção do que na prescrição de medicamentos”, afirmou Simone.

Duração do sono diminuiu nos últimos anos

Sono é vital, definiu a médica Ana Caramori Krieger, brasileira que atua nos Estados Unidos. Ainda assim, a população norte-americana reduziu em quase duas horas o tempo dedicado ao ato de dormir nos últimos 50 anos. De acordo com Ana, a média passou de nove para 6,7 horas diárias de sono naquele país. A queda mais acentuada se deu perto dos anos 2000, fato que a especialista associa à introdução dos dispositivos eletrônicos de mãos, como smartphones. O resultado dessa diminuição já tem acarretado outros problemas graves de saúde, mostrou Ana:

“A recomendação de tempo de duração de sono para adultos é entre seis e nove horas. Em paralelo à redução do sono, vemos um aumento na obesidade. Isso não é necessariamente causa e efeito direto, mas é uma correlação muito importante”.

A média mundial de horas dormidas também é baixa, de cerca de 6,8 por noite – com uma hora a mais nos finais de semana.

“A privação do sono aumenta doenças mentais – depressão e ansiedade –, além de causar imunodeficiência, e problemas nos sistemas metabólico e cardiovascular. Somos um sistema integrado”, justifica Ana.

Para garantir uma noite de sono adequada, Ana recomenda preparar bem o ambiente: pouca luminosidade, redução de ruídos, temperatura mais baixa, e atenção para a ingestão de alimentos pesados e álcool antes de dormir. Embora causem a sensação de relaxamento, as bebidas alcoólicas são prejudiciais.

Apesar de todos esses cuidados, a médica relembrou que os distúrbios do sono são muito prevalentes e merecem atenção. Nos Estados Unidos, entre 20% e 30% da população sofre de insônia. No Brasil, um estudo de São Paulo revelou percentual semelhante: 32%. Já a apneia do sono afeta 20% dos homens norte-americanos (entre 5% e 10% das mulheres) e 32,9% dos brasileiros.

Fonte: Hospital Moinhos de Vento

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