Este conteúdo é de autoria de um hospital associado à Anahp

Especialista do Hospital Assunção explica o que é o AVC e como prevenir a doença

Muitas pessoas ainda não sabem, mas segundo os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde, as doenças cerebrovasculares ainda são as principais causas de morte no Brasil e por isso merecem atenção. Em 2013, foram cerca de 100 mil óbitos causados por essas doenças, mas com a atenção e o atendimento correto, podem ser evitadas.

Entre as doenças está o AVC (acidente vascular cerebral), mais conhecida como derrame, que registra o maior número, cerca de 68 mil mortes anualmente. Os principais fatores de risco são o hábito de fumar, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, a hipertensão arterial e a obesidade, além de fatores genéticos.
“O tratamento preventivo envolve o cuidado e controle desses fatores de risco, além da necessidade de seguir uma alimentação saudável e praticar esportes. Além disso, é importante orientar a população de que as situações acarretadas pelo AVC podem ser lidadas de maneiras mais tranquilas, principalmente com a ajuda de um atendimento multidisciplinar, que são essenciais para que a recuperação e o retomada ao dia a dia do paciente seja o mais confortável possível”, explica Dra. Tatiane Pan, neurologista e coordenadora do Centro de Neurologia Clínica do Hospital Assunção.

Segundo a especialista, o AVC não acomete apenas pessoas mais velhas, com o passar do tempo tem atingido a população mais nova. Um dos motivos é o estilo de vida que é adotado atualmente.

Para todos fiquem atentos a doenças, a Dra. Tatiane Pan responde sete questões sobre o tema.

1. O que caracteriza um AVC?

O AVC (acidente vascular cerebral), também conhecido como “derrame”, é a lesão do cérebro decorrente de uma ruptura (hemorrágico) ou obstrução (isquêmico) das artérias que irrigam o sistema nervoso central. Pode-se ainda ouvir o termo AVE (acidente vascular encefálico), que é apenas um termo anatomicamente mais adequado, porém sem diferença no uso cotidiano.

2. Quais são os cuidados que uma pessoa pode ter aos 20 anos que ajudariam a evitar um AVC?

Os principais riscos de um AVC são: hipertensão arterial, diabetes melitos, colesterol e triglicérides elevados, tabagismo, arritmias cardíacas, infarto do miocárdio, obesidade, apneia do sono e sedentarismo. Um jovem de 20 anos não costuma apresentar esses quadros. Caso apresente, deve tratá-los com rigor. Geralmente, pacientes jovens devem ser estimulados a um estilo de vida saudável, com dieta rica em frutas, verduras e legumes, praticar atividade física com frequências e evitar a obesidade. Além disso, é a faixa etária na qual geralmente começam a fumar, o que deve ser evitado.

3. Aos 30 anos, por exemplo, quais são as principais recomendações para a prevenção do problema?

= Não faz atividade física regular? Faça com frequência.

= Não se alimenta de forma adequada? Alimente-se com uma dieta saudável, rica em frutas, verduras e legumes.

= Fuma? Pare!

Não fuma? Não comece!

= Está obeso? Perca peso!

4. O que uma pessoa na faixa dos 40 anos deve fazer e/ou observar para a prevenção de AVCs?

A prevenção é a citada acima, a partir dos 40 anos. Nessa faixa etária já se recomenda uma avaliação clínica não só para o AVC, mas preventiva geral.

5. Quais são os cuidados que você recomendaria a uma pessoa na faixa dos 50/60 anos?

Faça um acompanhamento clínico regular de todos os fatores de risco já mencionados e siga as mudanças no estilo de vida recomendadas.

6. A idade é um fator de risco no caso do AVC?

O avanço da idade, um histórico familiar de doença cardiovascular ou cerebrovascular e a menopausa são chamados fatores de risco não modificáveis para o AVC. Quanto mais avançada à idade, maior o risco. Se há histórico familiar, o risco aumenta. Após a menopausa, as mulheres tendem a um risco semelhante ao dos homens. Os fatores de risco modificáveis são aqueles descritos acima, como obesidade e tabagismo.

7. Há diferença na prevenção para homens e mulheres? Se sim, quais?

Sim. As mulheres têm uma particularidade que é a ocorrência de enxaqueca com aura. A sua existência associada ao uso de anticoncepcionais orais aumenta o risco de AVC. Além disso, as gestantes devem ter rigor no controle de pressão durante o pré-natal, principalmente aquelas com mais de 35 anos. Mulheres que tiveram pré-eclâmpsia e eclampsia têm risco aumentado para AVC no futuro.

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