Café da Manhã | Saúde inteligente oferece retorno financeiro e assistencial para hospitais e pacientes

Na última edição do Café da Manhã da Anahp, realizada em parceria com a Invisual nesta terça-feira (25), Rubens Barreto, CIO do Grupo Santa e CTO da healthtech Invisual, apresentou um panorama direto e prático sobre como a tecnologia pode se transformar em retorno financeiro real para hospitais.

Com base na experiência do Grupo Santa, que tem destaque no Centro-Oeste brasileiro, o executivo mostrou como dados, automação e inteligência artificial ajudam a enfrentar gargalos clássicos da gestão, ampliando a eficiência assistencial e protegendo margens em um cenário cada vez mais desafiador.

Confira os principais pontos da apresentação:

A Invisual nasceu dentro do Grupo Santa, a partir das dores enfrentadas na operação diária de uma rede com 1,5 mil leitos e 12 unidades hospitalares. A healthtech criou soluções integradas para resolver problemas de suprimentos, agendamento cirúrgico, experiência do paciente e indicadores assistenciais.

“Não dava mais para ter 35 fornecedores tentando resolver tudo de forma isolada. Criamos um sistema em que os dados realmente conversam entre si— e ajudam quem toma decisão.”

A proposta é conectar as áreas clínicas, administrativas e operacionais em plataformas intuitivas e automatizadas.

Antes da transformação digital, cerca de 30% das compras do Grupo Santa eram emergenciais. Com o uso do sistema Sadeno, esse índice caiu para 3%.

Hoje, o diretor da unidade recebe por e-mail um relatório com tudo: onde tem produto vencendo, onde falta insumo e onde o fornecedor falhou. Não precisa mais abrir sistema nem correr atrás.

A lógica é trabalhar com gestão baseada em exceção: o sistema identifica tudo o que está fora do padrão estabelecido previamente, e aciona automaticamente as equipes responsáveis, com apoio de machine learning e dados clínicos.

A previsão de consumo deixou de ser apenas estatística. Agora ela considera dados clínicos em tempo real — tipo de paciente, perfil de internação, sazonalidade e ocupação.

No projeto com o Hospital das Clínicas (SP), previmos um surto de dengue com 30 dias de antecedência, cruzando dados clínicos com uso de insumos.”

Essa integração permitiu antecipar rupturas e evitar compras emergenciais, com impacto direto na segurança do cuidado.

A plataforma Insight Care conecta toda a jornada do paciente — desde o pré-agendamento até a alta — e permite atuação imediata em falhas operacionais ou assistenciais.

“Se o paciente dá uma nota ruim no NPS, o sistema já abre um chamado, identifica o setor, o colaborador e o que precisa ser resolvido. Isso muda o jogo.”

Com o cruzamento automático de dados, é possível mapear causas de insatisfação e atuar antes que elas se repitam com outros pacientes.

A ferramenta de agendamento cirúrgico cruza automaticamente os itens previstos com as tabelas das operadoras. Em caso de divergência, o sistema dispara o pedido de autorização antes da realização do procedimento.

“Antes, a conta travava por 60 dias porque o material estava errado. Agora o sistema corrige isso.”

Essa automação reduz glosas por erro de OPME e garante mais previsibilidade para o faturamento hospitalar.

O Command Center acompanha, minuto a minuto, o que está acontecendo em cada setor do hospital — e não apenas os indicadores acumulados.

“Se o laudo atrasou, o sistema avisa. Se não resolverem, escala para a gerência. A gente sai da gestão passiva e entra na gestão ativa.”

O foco não é punir, mas agir antes que o problema afete o paciente — seja um atraso no exame, uma UTI sobrecarregada ou uma falha no SLA de higienização.

Com base em sinais vitais, exames, prescrição médica e histórico do paciente, o sistema calcula, a cada cinco minutos, a chance de internação ou agravamento do quadro.

“A IA levanta a mão e diz: ‘olha pra esse paciente aqui’. E acerta em 89% das vezes.”

A ferramenta já está em uso no Hospital IGESP – Instituto de Geriatria de São Paulo e em todas as unidades do Grupo Santa, com impacto direto na segurança e nos desfechos clínicos.

A ferramenta Vector permite que profissionais façam perguntas específicas sobre um caso clínico e a IA responde com base em todo o prontuário, citando as fontes.

“Uma auditoria que levava horas, agora leva minutos. A pergunta vira resposta com contexto, laudo e observação de enfermagem.”

Além disso, a plataforma gera automaticamente resumos de plantão, relatórios para operadoras e justificativas de permanência.

“Errar custa caro”

Rubens Barreto deixou uma mensagem clara: em 2025, eficiência não é mais diferencial — é condição de sobrevivência.

“Não dá mais para fazer gestão por sentimento. Ou você tem dados bons, em tempo real, ou vai errar. E errar, neste ano, custa caro”.

Assista à íntegra deste evento:

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