Café da Manhã: Gestão de resíduos no setor de saúde exige estratégia bem elaborada

Especialistas alertam que o hospital é corresponsável pelos resíduos até a sua destinação final e destacam a importância de fazer a rastreabilidade em todo o processo

Na última terça-feira (07), a Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) realizou mais uma edição do seu tradicional Café da Manhã, a primeira de 2024. O evento ocorreu em parceria com a SisnacMed, fabricante e distribuidora de equipamentos para automação e logística de farmácias e pioneira na introdução de doses unitárias e rastreabilidade de máquinas no Brasil.

O tema do encontro foi “Boas práticas para o gerenciamento de Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS)” e os especialistas destacaram a importância de criar estratégias e mecanismos para minimizar riscos e realizar o processo de maneira mais eficiente. “O hospital é corresponsável pelos resíduos até o seu destino final”, lembrou Luciano Barros, consultor ambiental na SisnacMed.

O especialista destacou a Lei Federal e as normas da Anvisa que regulamentam o assunto e explicou que a responsabilidade pelas ações deve ser compartilhada entre governo, iniciativa privada e sociedade. “Não adianta ter um bom gerenciamento dentro do hospital se não houver organização do governo para dar suporte ao seguimento do processo.”

Da parte das organizações de saúde, é fundamental começar por um planejamento bem elaborado. “Esse documento, aliás, é a melhor oportunidade para o hospital fazer um diagnóstico detalhado sobre a realidade do gerenciamento de resíduos na sua operação”, disse Barros.

Andreia Azevedo, coordenadora de Meio Ambiente no Hcor, comprovou a observação na prática ao trazer o case da instituição onde atua. “Identificamos diversas oportunidades durante o planejamento para aprimorar as nossas ações”, afirmou. Ela também apontou que é produtivo relacionar a gestão dos resíduos com os propósitos da instituição para engajar as equipes. “Um dos nossos compromissos é desenvolver ações de responsabilidade social para reduzir desigualdade e preservar o meio ambiente, e também nos comprometemos a eliminar o desperdício. É importante esclarecer a associação [entre esses compromissos] para as pessoas”, sugeriu.

A conscientização, além das adequações das áreas para a reciclagem, foi um dos pontos principais do projeto do Hcor. Azevedo contou que foi realizado um trabalho consistente de comunicação com todas as equipes, incluindo o pessoal que atua com obras – o que é muito relevante quando se trata de geração de resíduos.

Luciano Barros apresentou diversos modelos de gerenciamento, inclusive a opção de contar com equipamentos para a manipulação dos resíduos internamente. “É importante avaliar o que faz mais sentido para cada hospital. De qualquer maneira, todos têm que dar a atenção devida para a rastreabilidade”, explicou.

Nesse sentido, o consultor ressaltou que o transporte longo aumenta o risco de acidente. “Se tiver 1% de chance de acontecer algo errado, isso já é um risco”, pontuou. E reforçou que é necessário fazer o rastreamento a partir do momento que o resíduo sai da unidade, para cobrir qualquer lacuna. Já existem tecnologias avançadas para isso, mas também é necessário garantir que os prestadores desses serviços estejam com conformidade. “Empresas terceirizadas estão envolvidas no processo e precisamos ter certeza de que elas estão seguindo as normas”, finalizou.

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