Especialista demonstrou como o investimento no laboratório ofereceu ganhos em cascata
A Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) realizou mais um tradicional Café da Manhã na última terça-feira (1), desta vez em parceria com a Cepheid e com o tema Benefícios da utilização do diagnóstico molecular rápido em infecções respiratórias e resistência antimicrobiana. Giselle Dall Cortivo, especialista em microbiologia clínica e microbiologista na Unimed Litoral, abordou o tema fazendo uma relação com impacto financeiro para o hospital, a redução de custos com o isolamento e o incremento no resultado clínico.
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De acordo com Dall Cortivo, a Unimed Litoral desenvolveu um projeto para implantar o diagnóstico molecular que produziu impacto significativo na rotina assistencial por conta do ganho de agilidade no laboratório. “Antes demorávamos até 72h, em média, para liberar os resultados. Agora, fazemos isso em 2h”, comemorou.
E deu o exemplo do teste de Clostridium, que levava quatro dias e passou a ser feito em 43 minutos. “Neste caso, em uma hora e meia o médico já consegue fazer o manejo do paciente”, afirmou. Para a Covid, o intervalo caiu de três dias para 45 minutos e o Painel Viral de cinco dias para meia hora. A economia de tempo e maior sensibilidade e qualidade nos testes, segundo a especialista, permitiu gestão muito mais eficiente na administração de medicamentos e na ocupação dos leitos. E, principalmente, aprimorou a experiência do paciente.
Nesse sentido, Dall Cortivo ainda apresentou um estudo interno com 651 pacientes em que 458 testaram negativo. “Antes, eles permaneciam em tratamento empírico por dias, alguns em isolamento, à espera dos resultados”, explicou. Agora a liberação é feita praticamente em tempo real, inclusive à noite e nos finais de semana para os pacientes em isolamento.
Nos últimos 14 meses, o hospital contabilizou uma economia de mais de R$ 2 milhões a partir de um investimento de R$ 55 mil com a implantação do diagnóstico molecular, segundo o que contou a especialista. Somente com a redução no tempo de detecção do Clostridium Difficile em 61 pacientes, o ganho foi de R$ 380 mil.
“O custo do laboratório subiu cerca de 30%, mas a economia gerada em cascata compensou e ofereceu um excelente custo-benefício”, informou. Por isso, segundo ela, o projeto deve ter abordagem interdisciplinar e envolver áreas como internações e epidemiologia, entre outras.
Apesar do evidente ganho nos custos assistenciais, de início as operadoras não compraram a ideia. “No começo tivemos 100% de glosa por falta de justificativa médica”, lembrou Dall Cortivo, mas ainda assim o hospital bancou a inovação por perceber os benefícios. “Em pouco tempo foi possível demonstrar a vantagem aos parceiros e o índice de glosas em mais de 800 exames realizados no último semestre foi de 0,47%”, finalizou.
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