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Albert Einstein recebe debate do CEJAM sobre qualidade da saúde pública em SP diante de momento pessimista da população

4º Simpósio Científico Internacional CEJAM recebeu profissionais do mercado e abordou aspectos como inovação e ética, além da importância das OSS para a melhoria do setor

Pesquisa recente realizada pelo instituto Datafolha revela que seis em cada dez brasileiros avaliam a saúde do país como ruim ou péssima. Em relação ao Sistema Único de Saúde (SUS), esse índice chega a 54%. Para diminuir o índice de insatisfação, nos últimos anos, o Poder Público tem trabalhado em associação com as Organizações Sociais de Saúde (OSS) na construção de um sistema eficiente e na criação de ambientes e estruturas de inovação tecnológica capazes de garantir a melhor qualidade no atendimento à população. Como parte da estratégia, na última semana, o Centro de Estudos e pesquisas Dr. João Amorim (CEJAM) realizou, em dois dias, o 4º Simpósio Científico Internacional CEJAM, a fim de discutir temas como qualidade e inovação na área da saúde e debater os desafios diários na busca da excelência nos serviços.

Durante a programação, o Prof. Dr. Gonzalo Vecina Neto, Superintendente do Hospital Sírio Libanês, ministrou a palestra “Busca da Excelência nos Serviços de Saúde”, abordando a necessidade de as instituições de saúde discutirem com a sociedade os processos de gestão. “Precisamos ser mais transparentes, ter disposição para inovar e, acima de tudo, ter nossas equipes voltadas para o paciente, que é o sujeito principal do centro de atenção”, avaliou o profissional.

Outro aspecto levantado no evento diz respeito à organização e estrutura dos Centros de Saúde Pública. Para o Dr. Mário Bracco, coordenador de Pesquisa do Hospital Municipal Dr. Moysés Deustch – M Boi Mirim, o correto preenchimento do prontuário médico “é fundamental para a garantia da qualidade, além de ser um instrumento de defesa do profissional e de produção de conhecimento”. Ele ainda ressaltou que a valorização do profissional de saúde é um dos pilares na busca da excelência. “Apenas 2 por cento do que é gasto com saúde é voltado para a capacitação de profissionais, o que é muito pouco”.

Com o tema “Mudanças são inevitáveis: inovar é preciso”, o Prof Dr. Oswaldo Massambani falou sobre as mudanças globais, inovações nas organizações e políticas públicas para a inovação. Segundo ele, “a inovação tem a capacidade de agregar valor às organizações e permite que estas acessem novos clientes, aumentem suas receitas, realizem novas parcerias, adquiram novos conhecimentos e aumentem o valor de suas marcas”, disse. “Sem inovação não há competitividade nas organizações e a saúde padece. As inovações devem estar disponíveis para as pessoas, inseridas no mercado ou aplicadas nas organizações”, acrescentou.

Já o presidente do CROSP (Conselho Regional de Odontologia de São Paulo), Dr. Claudio Yukio Miyake, levantou a questão da ética, que, segundo ele, está ligada ao financiamento da saúde. “Sem financiamento não dá pra falar de ética e das OSS. Ele interfere diretamente na qualidade e na ética da saúde. É preciso utilizar o código de ética e fiscalizar o seu cumprimento, pois ao zelar pela ética, estamos protegendo a população”, disse. Dr. Miyake ainda ressaltou a importância das OSS. “O setor público investe menos da metade do que o privado, mas com ações que o privado não realiza. Se não fosse a implantação do modelo de organização social, a saúde no estado estaria um caos”, finaliza.

Sobre as OSS

As Organizações Sociais de Saúde (OSS) fazem parte de um modelo de parceria adotado pelo governo do Estado de São Paulo para a gestão de unidades de saúde, formalizado pela Lei Complementar nº 846, de 4 de junho de 1998. A legislação estadual regulamentou a forma e as regras para entidades sem fins lucrativos serem qualificadas como Organizações Sociais de Saúde, possibilitando a celebração de Contrato de Gestão com a Secretaria de Estado da Saúde, com vistas ao gerenciamento de hospitais e equipamentos públicos de saúde. Atualmente, os serviços de saúde gerenciados por OSS em São Paulo, por meio de Contrato de Gestão, incluem Hospitais, Ambulatórios Médicos de Especialidade (AME), Centro de Referência do Idoso (CRI), Centros de Reabilitação da Rede Lucy Montoro, Centros Estaduais de Análises Clínicas (CEAC), Serviços de Diagnóstico por Imagem (SEDI), Centro de Armazenamento e Distribuição de Insumos de Saúde (CEADIS) e Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (CROSS).

Sobre o CEJAM

Fundado em 1991, o Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” – CEJAM é uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, que se destaca pela excelência no gerenciamento de diversos serviços de saúde, por meio de contratos de gestão e convênios. Credenciada como Organização Social desde 2002, atua hoje nos municípios de São Paulo, Mogi das Cruzes, Arujá, Rio de Janeiro e Embu das Artes.

Fonte: Segs – 23.10.2015

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