Este conteúdo é de autoria de um hospital associado à Anahp

Referência em robótica, Vera Cruz é primeiro hospital do interior de São Paulo a fazer procedimento cardíaco

Campinas é a quinta cidade brasileira a realizar cirurgia cardíaca com robô, à frente de muitos estados do país

Em vias de completar 44 anos na segunda-feira (16), uma paciente nascida com um forte sopro no coração, agravado após um Acidente Vascular Cerebral (AVC), mal podia esperar que seu maior presente seria a primeira cirurgia cardíaca robótica do interior de São Paulo. Com todo o aparato e expertise, o procedimento foi realizado nesta segunda-feira (09), no Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), que, por meio de capacitação profissional e aquisição de robôs de última geração, tem se tornado um polo nacional referenciado na área. Ainda em recuperação, ela já esboça alegria e brinca: “vou ficar famosa!”.

Dentro do centro cirúrgico, foram pouco mais de duas horas de interação entre o robô “Da Vinci XI” (o mais moderno atualmente no Brasil), cerca de 12 profissionais, sob o comando dos experientes cirurgiões cardíacos Eloy da Costa, Gustavo Calado e Paulo Cesar Santos, e a paciente, que necessitava de uma correção em orifícios no átrio, ou seja, na cavidade superior que coleta sangue e o bombeia para a câmara inferior do coração.

Desde 2018, o Vera Cruz Hospital realiza procedimentos em diversas áreas por meio da robótica, uma técnica minimamente invasiva, na qual os movimentos são controlados por joysticks e conduzidos por cirurgiões, e executados por um robô. “O pioneirismo está na essência de nosso hospital e temos o compromisso de buscar o que há de melhor e mais moderno na medicina para cuidar de nossos pacientes e elevar a excelência de nossa assistência. Recentemente, fomos o primeiro hospital da América Latina a adquirir o robô SkyWalker, para realizar cirurgia robótica de colocação de prótese de joelho. Os avanços são constantes e só são possíveis com a união de esforços”, destaca Gabriel Redondano, diretor técnico-médico do hospital.

Devido à complexidade, a cirurgia desta semana começou a ser pensada em fevereiro, envolvendo a capacitação de todo o time, treinamentos fora do Brasil, profissionais experientes em cirurgia cardíaca e, principalmente, foco em proporcionar, aos pacientes, alternativas mais seguras, eficientes e rápidas do ponto de vista de recuperação.

Diferenciais

“O que a robótica nos permitiu foi uma visão absolutamente clara do defeito do coração da paciente, que, às vezes, na cirurgia convencional, é vista somente pelo cirurgião e sem todo o detalhamento anatômico que o robô permite numa visão tridimensional”, explica Calado.

“A visualização que o robô permite que o operador principal tenha, é uma visão em 3D. Então, é como se estivesse dentro do coração, com a vantagem de compartilhar a imagem com todos na sala, acompanhando o procedimento por vários monitores. Logo, há o suporte da equipe do centro cirúrgico, a gente agrega mais aos colegas e torna o procedimento ainda mais eficiente”, adiciona Costa.

Para o paciente, segundo Calado, o principal diferencial é o aspecto estético, uma vez que não há mais a necessidade de uma incisão tão grande no meio do tórax: passa a ser de, no máximo, cinco centímetros; e a recuperação cardiopulmonar, torácica e física do paciente após a alta é mais rápida.

Indicação

Ambos os médicos explicam que tal procedimento, entretanto, não é recomendado a todos os pacientes com o mesmo problema. “Existem várias contraindicações, como problemas cardíacos e extra cardíacos, que podem tornar o paciente não elegível. Por exemplo: aqueles com o coração já muito disfuncional, severamente doente. O segredo da cirurgia robótica é a escolha do paciente para um resultado efetivo”, salienta Calado.

“Como em toda operação, é feita uma avaliação prévia e, nela, fazemos um filtro, respeitando critérios, uma série de exames e tomografia computadorizada para, então, podermos realizar a triagem para a opção certa de tratamento”, destaca Costa.

Desafios

Se, por um lado, a cirurgia robótica ainda é uma realidade distante em algumas regiões do Brasil, os médicos ressaltam que, no Vera Cruz Hospital, o apoio recebido para avanços nesta modalidade tem sido constante. A unidade conta com dois robôs em operação.

“A plataforma que o Vera Cruz construiu é sólida e, só por isso, é que conseguimos realizar essa nova cirurgia, um grande sonho. Adquirir os robôs não é suficiente: todos os profissionais precisam estar em um patamar a mais dentro da medicina e, aqui, isso acontece. Equipes treinadas e atualizadas com essa nova realidade e adequadas às tecnologias, desde a instrumentadora, o circulante de sala, o médico, o anestesista… Absolutamente todos! Há um time montado, existe parceria e infraestrutura. Por isso a inovação, aqui, é uma realidade e não uma experiência, equivalente aos grandes hospitais internacionais. Este foi mais um importante passo”, elogia Calado.

Compromisso

No que se refere à expectativa do número de cirurgias, Costa arrisca. “O ideal, segundo a equipe, é realizar, inicialmente, quatro procedimentos cardíacos em robótica por mês. Mas, claro, dependerá de vários fatores, uma vez que é uma tecnologia nova e tem um alto custo agregado. A próxima deve ser no início de 2025”, conclui.

Fonte: Vera Cruz Hospital

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