Este conteúdo é de autoria de um hospital associado à Anahp

Esperança para o enfisema pulmonar

Procedimento inédito em Minas Gerais para tratamento do enfisema pulmonar é realizado no Hospital Madre Teresa

“Uma esperança para cerca de 30% dos pacientes que têm enfisema pulmonar”. Foi assim que o coordenador do Núcleo de Tratamento do Enfisema do Hospital Moinhos de Vento e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), o pneumologista Hugo de Oliveira destacou o uso de válvulas pulmonares para o tratamento de pacientes com quadro de enfisema pulmonar. A declaração aconteceu durante o I Workshop Teórico e Prático Zephyr que aconteceu no último sábado (22/08), no Hospital Madre Teresa (HMT).

O objetivo do encontro é trazer o conhecimento do implante da válvula pulmonar para o tratamento do enfisema. “Além de ampliar o conhecimento acerca deste procedimento, esse Workshop também tem a missão de mostrar que é uma tecnologia viável, factível e que realmente pode tratar o nosso paciente. Tanto é possível que neste encontro vamos realizar o procedimento pela primeira vez em Minas Gerais”, explicou o organizador do encontro e membro do serviço de pneumologia e cirurgia torácica do HMT, Dr. Leonardo Brand.

Antes de Minas Gerais, o único estado brasileiro que vêm trabalhando com a técnica é o Rio Grande do Sul, por meio do pneumologista e precursor da técnica, Dr. Hugo de Oliveira, que esteve presente no Workshop. “Esse procedimento não operatório só não é indicado para a totalidade de casos, pois o enfisema é uma doença muito heterogênea e se desenvolve de maneira diferente em cada paciente. Por exemplo, o paciente em que há a destruição da divisão entre os lóbulos do pulmão e quando a doença acomete o pulmão de maneira homogênea, o procedimento não alcança um bom resultado”, esclarece o médico que é a referência no assunto.

Estudos de casos foram discutidos no evento e representantes dos serviços de pneumologia e cirurgia torácica de vários hospitais do país puderam conhecer o procedimento, além da estrutura do HMT, já que o primeiro implante de válvula foi transmitido ao vivo direto do bloco cirúrgico para a sala em que o encontro estava acontecendo. “Nós temos que trazer essa tecnologia para Minas Gerais. Não faz sentido levar o nosso paciente para outro estado, quando temos estrutura e profissionais capacitados dentro do nosso estado”, afirma o presidente da Sociedade Mineira de Pneumologia e Cirurgia Torácica, Davi Vogel Koza.

Ainda segundo Dr. Leonardo Brand é necessário que sejam criados polos referência para o implante das válvulas. “Não adianta ter uma nova tecnologia sendo realizada sem a indicação correta, pois o procedimento pode cair em descrédito. O Hospital Madre Teresa está caminhando para ser um centro de referência, prova disso é que o primeiro procedimento será realizado aqui”. O coordenador do serviço de pneumologia e cirurgia torácica do HMT, Dr. Nilson Amaral também marcou presença no encontro e levou um estudo de caso para ser discutido entre os presentes.

O diretor do Serviço de Endoscopia da Santa Casa de São Paulo, o endoscopista Dr. Fábio Marione esteve no Workshop e parabenizou a iniciativa do Hospital. “A endoscopia é um procedimento intimamente ligado ao serviço de pneumologia e cirurgia torácica e essa técnica vai ajudar muito na abordagem desse paciente enfisematoso. A técnica do ponto de vista econômico também é viável, pois diminui o risco de complicações e o tempo de internações”.

Como é o procedimento?

As válvulas são implantadas com o paciente sedado através de broncoscopia (exame que permite a visualização das vias aéreas, com um instrumento chamado de broncoscópio) e possibilitam controlar o fluxo de ar a fim de melhorar a função pulmonar em pacientes com enfisema.

A iniciativa é indicada para pacientes com enfisema grave e que apresentam limitação nas atividades diárias e com grau avançado de falta de ar, ou seja, a doença conhecida como DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica). Após a implantação da válvula bronquial os resultados esperados são a melhora da mecânica respiratória, da capacidade de exercício e da qualidade de vida.

Fonte: Hospital Madre Teresa – 26.08.2015

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