Hospital Summit 2019 debate o futuro das relações comerciais na saúde e o foco no paciente

Qualidade e segurança assistencial, relações comerciais do hospital do futuro e saúde baseada em valor serão temas centrais do segundo dia do congresso

A 3ª edição do congresso Hospital Summit, promovido pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), acontece nos dias 21 e 22 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo (SP). Em cada dia, serão realizados três seminários simultâneos que abordam as novidades e a tendências para o setor. O objetivo é gerar conhecimento e capacitar os profissionais, apoiando a evolução e o crescimento do segmento hospitalar.

No segundo dia, o congresso discute as tendências de gestão de saúde. Com o tema Qualidade e segurança assistencial, a Sala 1, às 10 horas, recebe workshop voltado as discussões sobre o envolvimento de pacientes, familiares e corpo clínico nas instituições de saúde. “A proposta é debatermos temas como o empoderamento do paciente e da família como gerador de valor na prestação dos cuidados. Perdemos muitas oportunidades de melhorar a experiência do atendimento, assim como de reduzir custos desnecessários, que não geram relevância ao principal ator do sistema, o paciente”, explica uma das moderadoras do debate Vânia Rohsig, superintendente assistencial do Hospital Moinho de Vento.

Ainda, segundo Vânia, desde a publicação do relatório do Institute of Medicine (IOM) em 1999, que apresentou o número de vidas perdidas por falhas “aceitas” no sistema de saúde, o mundo tem debatido a importância de monitorarmos os desfechos do cuidado prestado: “Precisamos conscientizar nossas lideranças, nossos gestores do seu papel em advogar pelo paciente, pela segurança e transparência em suas instituições”, completa.

Outro tema de destaque são as relações comerciais no hospital do futuro. A programação da Sala 2 tem início às 10 horas com a palestra “O hospital do futuro”, moderada pela gerente regional comercial do Hospital Santa Catarina, Ana Claudia Takahashi. “Vejo que cada vez mais os assuntos relacionados à qualidade da assistência para o paciente são abordados na mesa de negociação. Estes novos procedimentos incentivam a entrega de valor para o paciente, o que traz para os negociadores a necessidade de se aprofundar no conhecimento dos indicadores assistenciais. Somado a isso, a crescente integração das fases do atendimento, da prevenção e até a reabilitação. Esse panorama muda completamente a forma como os elos dessa cadeia se relacionam”, comenta Ana Claudia.

Já às 11 horas, acontece o talk show “Novos modelos de relações comerciais entre prestadores, operadoras e indústria: perspectivas e desafios”, com moderação de Adriano Londres, do Arquitetos da Saúde, e a participação de Paulo Zimmer, gerente médico do Hospital Israelita Albert Einstein. Londres afirma ser essencial compartilhar experiências para o setor poder avançar nessa questão. “Este tema é absolutamente fundamental dado o atual contexto, onde o modelo vigente de remuneração está esgotado. Naturalmente que a transição tem que ser feita de forma transparente e fundamentada e cuidadosa. A meu ver, o maior desafio dos gestores hospitalares se encontra em como inserir o seu corpo clínico nesta construção”, explica.

A Sala 3 traz uma sessão sobre Saúde Baseada em Valor (VHBC), às 10 horas, para discutir com os vários atores da cadeia da saúde, os diversos modelos do conceito que estão sendo progressivamente implementados em diferentes países, além das experiências brasileiras – tanto na monitorização de desfechos quanto na implementação dos modelos de remuneração alternativos ao Fee-for-Service. André Osmo, superintendente de novos negócios e consultoria do Hospital Sírio-Libanês, e André Medici, economista da saúde do Banco Mundial – USA, comandarão uma palestra para abrir o assunto no evento.

“Nosso papel é fomentar as discussões, workshops e pesquisas para esclarecer estes conceitos entre os gestores de saúde do Brasil. Com isso, diferenciar o que significam os métodos somente para redução de custos e os baseados em valor. Também, definir indicadores viáveis e práticos, viabilizar sistemas de informação – que permitam estas práticas mais avançadas – e promover uma maior confiança e parceria entre todos os elos da indústria da saúde e da prestação dos cuidados, para criar uma parceria em prol do paciente”, diz Osmo.

André Medici esclarece que o tema ainda é embrionário no Brasil, mas as entidades que estão na vanguarda da implementação deste novo modelo terão diferenciais importantes: “O VHBC ainda é um conceito no país. Mas é necessário ter muito cuidado com os investimentos iniciais no processo e com os desafios de mudança cultural dos gerentes e, especialmente, do corpo clínico. Os efeitos positivos da metodologia acontecem com muito investimento em sistemas de informação, indicadores precisos e processos detalhados, que devem ser discutidos e redefinidos dentro do conceito de cada hospital”, esclarece.

Na parte da tarde, às 15h50, a gerente médica do Escritório de Valor do Hospital Israelita Albert Einstein, Marcia Makdisse, ao lado de Felipe Katayama, diretor no Hospital Samaritano Higienópolis, realizarão um workshop sobre os modelos de remuneração implementados no Brasil. “Em um sistema de saúde em transformação, é fundamental trazer aos gestores hospitalares as discussões e lições aprendidas pelas organizações que já implementaram iniciativas como o VBHC e demais modelos, identificando oportunidades de forma sustentável”, ressalta Márcia.

Inscrições e programação completa no site do evento: http://www.hospitalsummit.com.br/

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