Café da Manhã discute as mudanças no modelo assistencial e a gestão da informação

Café da Manhã - 2iM (23.07)

Promovido pela 2iM na sede da Associação na manhã de hoje (23), o Café da Manhã debateu a gestão da informação e a mudança do modelo assistencial utilizando as ferramentas DRG e GPS. A apresentação do evento foi comandada por Flávia Roza Bosco, gerente de Segurança Assistencial e Médica Coordenadora do Núcleo de Epidemiologia e Desfechos Clínicos do Hospital Madre Teresa (HMT).

Para introduzir as discussões, Flávia apresentou um panorama atual sobre o sistema de saúde no Brasil. Segundo ela, o cenário do modelo assistencial atualmente se mostra com informações desconectadas e fragmentadas, sem observar a construção do planejamento do cuidado pós-alta, focando na gestão da doença e, em muitas vezes, ocasionando desperdícios e escassez de recursos. O paciente não é colocado como ator principal do sistema, mas sim o hospital. Para a especialista, “esse modelo hospitalocêntrico é completamente insustentável, tanto do ponto de vista financeiro para os hospitais, como da atenção ao paciente e seu desfecho clínico”.

Flávia considera que o modelo assistencial precisa se fundamentar na medicina baseada em evidência, explorando a tecnologia em favor dos centros médicos, com remuneração baseada em valor, olhando para a integralidade do paciente e colaborando para a gestão de processos enxutos e desburocratizados. Há também a necessidade de estabelecer a estruturação de informações de perfil epidemiológico e fortalecer a atenção primária, secundária e análises. “O resultado começa muito antes da porta de entrada do hospital, e termina muito depois da porta de saída. A segurança é o pilar do foco em assistência”, comenta a médica sobre a importância de se observar os resultados.

Uma ferramenta relevante e utilizada no HMT desde 2016 para o agrupamento de informações é o DRG. Esse mecanismo categoriza e mede a complexidade e criticidade assistencial de cada paciente internado, a partir da análise dos seguintes dados: idade, sexo, diagnósticos principal e secundários. A plataforma DRG beneficia as instituições hospitalares principalmente no sentido de ganho de tempo e redução de custos. “A estruturação do setor de DRG garante a qualificação de informações, ações de melhoria, o monitoramento de resultados e realiza uma metodologia de análise de informações e como elas se correlacionam”, comenta. Desde 2016, foram mais de 36 mil altas codificadas a partir do DRG no Hospital Madre Teresa, de acordo com Flávia.

Atuando em parceria com o DRG, a plataforma GPS realiza o monitoramento de resultados e desempenho do corpo clínico da instituição. Esse programa permite uma autoavaliação do próprio médico e faz com que ele gerencie processos e tomadas de decisão, além de ações de melhoria e saber como está a opinião do paciente por meio de elogios e críticas. “O GPS viabiliza a possibilidade de o médico fazer uma autoanálise e reflexões sobre os resultados e as oportunidades de melhoria a partir daí”, explica.

Nas redes hospitalares, deve haver a definição da função de cada setor, com informações ágeis e ao mesmo tempo estruturadas, de modo que as equipes interdisciplinares possam acessá-las facilmente para saber como deve prosseguir os cuidados dos pacientes. O valor deve estar na base para mudanças dos modelos de remuneração e garantir a sustentabilidade do sistema de saúde.

Baixe a apresentação da médica Flávia Roza Bosco

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