Para enfrentar a pandemia, é preciso investir em sistemas de saúde mais robustos

Sistemas de saúde mais robustos e integrados, com investimento em saúde primária, planejamento estratégico e que possam contar com uma indústria nacional de equipamentos médicos e medicamentos. Essas foram alguns dos pontos de atenção indicados pelos participantes da mesa que tratou do tema “Como os sistemas de saúde contribuem para manter de pé a sociedade diante de catástrofes e epidemias?”. Para responder a esta pergunta foram convidados Wanderson Oliveira, epidemiologista e ex-secretário nacional de Vigilância do Ministério da Saúde; Gonzalo Vecina, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP); e Fernando Torelly, CEO do Hospital do Coração – HCor.

Para Oliveira, que viveu os primeiros meses de enfrentamento da pandemia no Ministério da Saúde, para que um sistema seja capaz de contribuir e manter de pé a saúde de um país, é preciso desenvolver a capacidade de prever eventos de emergência para tentar evitar impactos maiores para a sociedade. “Isso se faz por meio de sistemas integrados, com interoperabilidade de sistemas de informação, como um prontuário eletrônico que conversa com o Ministério, por exemplo”, declarou. “Um sistema de saúde precisa ter componentes público e privado, que se integram em articulações muito estreitas, isto porque as emergências afetam as pessoas em geral, e não apenas um sistema ou outro, rico ou pobre. Portanto exige uma grande coordenação para dar conta da resposta.”

No Brasil, o SUS tem tido papel fundamental para mitigar o impacto da pandemia na saúde da população, evitando também a sobrecarga do sistema como um todo. Mas o resultado faz parte de parcerias firmadas com o setor privado, que nos grandes centros contribuiu para o aumento do número de leitos, por exemplo. Partindo desse contexto Vecina falou sobre a necessidade de valorização do SUS e da atenção primária para alcançar uma assistência integral para quem depende do sistema público. “Temos que ter humildade para enfrentar a pandemia e entender que a desigualdade cria condições que mudam as características de uma epidemia”, disse o especialista em saúde pública. “Se continuarmos com falta de liderança e não entendermos o que está acontecendo, não conseguiremos agir da maneira adequada.”

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