Gastos da saúde suplementar subiram R$ 83,6 bilhões em cinco anos

Estudo revela que custo unitário de serviços de saúde cresce 6,7% ao ano entre 2013 e 2018, em linha com a inflação do período (5,9%) e inferior aos demais indicadores divulgados no setor

Para ajudar a esclarecer os fatores que impactam os custos da saúde suplementar no País, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) encomendou um estudo técnico e aprofundado sobre o tema. O levantamento foi apresentado no segundo dia do Conahp 2019 pela executiva da Compass Consultoria, Laura Porro, e aponta que o gasto total do sistema teve um aumento de R$ 83,6 bilhões entre 2013 e 2018, um crescimento de 12,1% ao ano. O estudo mostrou o efeito combinado da variação da base de beneficiários, o aumento de frequência de uso de serviços de saúde, somados ao impacto da margem de contribuição das operadoras no período.

O fator que mais contribuiu para o crescimento dos gastos totais do sistema de saúde suplementar foi a frequência de uso, que passou de 22,8 para 29,6 eventos por beneficiário por ano, o que representa um crescimento de 5,4% ao ano. A maior utilização se concentra nas categorias de exames e terapias, seguidos por outros atendimentos ambulatoriais. Em consultas e internações a variação foi marginal.

Segundo o estudo, os custos unitários de prestação de serviços cresceram a taxas de 6,7% ao ano, em linha com a inflação do período (5,9%) e inferior aos demais indicadores divulgados no setor, que se referem à variação dos gastos totais e não aos custos unitários de serviços do sistema.

De acordo com Henrique Neves, o propósito do estudo não é apontar responsáveis pelo aumento dos gastos, uma vez que todos os elos da cadeia têm responsabilidade de promover a eficiência e a melhor alocação de recursos no sistema, e cada um deles pode tomar ações para melhorar a atenção prestada à população.

“Nossa prioridade é identificar e quantificar as determinantes, um passo fundamental para estabelecer uma agenda positiva para que o setor busque alternativas para a sustentabilidade da saúde suplementar no País”, avaliou o executivo, destacando a Anahp vai repetir o estudo anualmente, oferecendo ao mercado dados consistentes sobre setor.

Neste sentido, o presidente da Comissão Científica do Conahp 2019, Mohamed Parrini, ressaltou que o novo índice amplia ainda mais o papel da Anahp na divulgação de conteúdos que contribuam com uma visão mais completa da saúde suplementar no Brasil. “A Anahp consolida, assim, sua posição de entidade geradora de dados, análises e conhecimento”, afirmou.

Já o CEO do Hospital Sabará, Ary Ribeiro, destacou que os dados apresentados pela Anahp oferecem uma visão autêntica dos reais ofensores das despesas da saúde suplementar, representando uma contribuição importante para o setor. “Está claro que a questão não são os custos unitários, mas há outros fatores, como o aumento da frequência, que agora poderão ser mais bem avaliados”, concluiu.

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